Paraná tenta evitar perda de mando e suspensões

O Paraná Clube mobilizou todo o seu departamento jurídico. Estarão, hoje à noite, no Rio de Janeiro, o vice-presidente jurídico do Paraná, Luís Carlos Castro, o técnico Paulo Campos, o delegado do jogo em questão Paulo César Silva e a equipe do advogado Milton Risso. A missão deste “time” será impedir a punição ao clube, do seu treinador e dos meias Marcel e Messias, denunciados pelo árbitro Sávio Spínola Fagundes Filho por incidentes ocorridos no jogo frente ao Vasco da Gama, em Paranaguá.

A base da defesa serão as imagens da partida. Os advogados pretendem mostrar que houve “exagero” do apitador paulista no preenchimento da súmula. O caso de Marcel serve bem para exemplificar o caso. Sálvio Spínola cita em seu relatório que expulsou o jogador diretamente devido à “um carrinho por trás”. A imagem é clara: Marcel realmente deu um carrinho, mas frontal ao adversário. “Além disso, quando percebi que ele chegaria primeiro, encolhi a perna para tentar evitar um choque mais sério”, confirmou Marcel.

O meia, que no jogo já havia recebido o terceiro cartão amarelo, desfalcou o time nos dois jogos subseqüentes. Agora, pode pegar de 2 a 6 jogos de suspensão, caso não seja absolvido ou se consiga a desqualificação para outro artigo com punição mais branda. Já Messias, que segundo o árbitro “trocou empurrões com o adversário”, apenas “bateu-boca” com o lateral do Vasco. O volante paranista pode pegar de um a dez jogos de suspensão.

Paulo Campos fez questão de estar presente ao julgamento na Comissão Disciplinar do STJD. Para o treinador, que corre o risco de pegar até um ano de suspensão, o Paraná, ele e os jogadores devem ser absolvidos. “Quem esteve em Paranaguá ou acompanhou o jogo pela tevê viu que nada de anormal aconteceu na partida”, resumiu.

Reconhece o treinador que perdeu a calma com a expulsão injusta de Messias. “Mas, foi uma somatória de fatores. Vínhamos sendo prejudicados há três ou quatro jogos. Quando vi aquilo, explodi”, disse Paulo Campos. Réu primário, Paulo diz confiar na imparcialidade dos auditores. “Isso vale para os jogadores e para o clube, que não merece perder nenhum mando de campo.”

Num jogo festivo – com a inauguração do estádio Fernando Charub Farah, o comportamento da torcida foi, na análise de Paulo Campos, “exemplar”. “Não houve um copo arremessado para dentro do campo. Se alguém ofendeu o árbitro, este foi imediatamente contido pelo policiamento.”

Paraná Clube atento aos rivais e sem projeções

As atuações recentes do Paraná Clube aumentam a confiança de todos na permanência na primeira divisão do Brasileirão. Mesmo há tempos na zona de rebaixamento – já são 16 rodadas entre os quatro últimos – o tricolor vive um momento de perceptível reação.

Invicto há quatro jogos, o time de Paulo Campos segue na luta, em busca dos quinze pontos que ainda lhe faltam para escapar da “degola”.

Pelos números atuais, 51 pontos seriam suficientes para evitar-se o descenso. Porém, a maioria dos clubes trabalha com uma “margem de segurança” e a meta continua sendo chegar aos 53 pontos. Para isso, o Paraná corre atrás de cinco vitórias nas dez últimas rodadas do campeonato brasileiro. Ou seja, um aproveitamento de 50%. A aposta do treinador – avesso às projeções – continua sendo a regularidade da equipe, que hoje tem um padrão de jogo bem definido e uma equipe-base delineada.

Nas duas últimas partidas, mesmo fora de casa, o Paraná Clube atuou com muita frieza. Teve qualidade na saída de bola e, mesmo saindo atrás do marcador, foi em busca dos empates. Paulo Campos, muito mais comedido do que em sua passagem anterior, tem destacado seguidamente os pontos ainda falhos do time. Quer melhorar a “pontaria?? e por isso tem aproveitado a maior distância entre jogos para treinos específicos de finalizações. A última rodada intermediária da temporada acontece semana que vem, quando o Paraná recebe o Figueirense.

Contra Palmeiras e Atlético, o tricolor criou as situações para definir os jogos. Isso independente da formação com apenas um atacante e muitos meias. Esse deve ser o perfil tático do Paraná até o término do brasileiro. O que aumenta essa tendência é a condição técnica de Cristian, Marcel e Canindé, que sabem ocupar também o ataque para que Galvão não fique tão isolado. Isso não quer dizer que o treinador não mais pretenda utilizar dois atacantes. Maranhão está se recuperando de lesão e Sinval e Marquinhos já estão treinando com o grupo há uma semana.

“O importante é que temos um grupo unido e coeso. Isso é que pode fazer a diferença no final”, comentou o capitão Axel. O Paraná volta a campo somente no domingo – às 18h, no Pinheirão. Paulo Campos só espera não ser obrigado a mexer muito na equipe, devido às lesões e suspensões que voltaram a atormentar o tricolor. Canindé, com entorse no tornozelo, é dúvida, e Beto, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, cumpre automática. Além disso, o treinador depende do julgamento de Messias e Marcel, hoje à noite, para poder escalar a equipe.

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