Tricolor

Paraná luta contra falta de dinheiro pra montar time

O esforço para segurar a base que fechou a temporada 2009 foi, até aqui, em vão. O Paraná Clube tenta solucionar seus problemas internos – leia-se falta de dinheiro – e buscar outras opções no mercado para a composição do novo time, que estreia no Paranaense dentro de pouco mais de um mês (dia 17 de janeiro). A mudança radical começa no banco de reservas, com a troca de Roberto Cavalo por Marcelo Oliveira. Mudança que gera também uma guinada na filosofia de trabalho.

O novo treinador foi “escolhido a dedo” pelo vice de futebol Aramis Tissot. O dirigente foi se cercar de velhos conhecidos, como o auxiliar técnico Cleocir Santos. “É um profissional de extensa carreira de bons trabalhos. Além disso, sei de sua conduta e do que fez aqui no Paraná. É alguém em quem posso confiar nesse momento de transição”, disse Tissot, preocupado com a forma como o Tricolor fechou a temporada, sem nenhuma base de elenco.

Desde a posse, Aramis Tissot avisou que teria que atacar basicamente este ponto. “Da equipe titular, ficamos só com o Murilo. É difícil trabalhar dessa forma”, desabafou. Na reconstrução de um novo grupo de trabalho, o vice de futebol definiu as permanências de Luís Henrique (zagueiro) e Luiz Henrique Camargo (volante). Há negociações encaminhadas com o zagueiro Montoya e o centroavante Marcelo Toscano. Este, aliás, seria a grande referência da equipe, pela forma como terminou o ano. De lateral a artilheiro, Toscano virou titular absoluto do time e marcou oito gols nas dez últimas rodadas.

Os demais jogadores já são página virada no clube, por mais que a diretoria não anuncie isso claramente. O goleiro Zé Carlos foi para o Avaí – junto com ele o zagueiro Gabriel, que foi titular em alguns momentos, mas perdeu espaço para Montoya -, Fabinho para o Guarani e Adoniran para o Sertãozinho. Leandro deve voltar ao Corinthians Paranaense, enquanto Davi estuda propostas de outros clubes e Rafinha se reapresenta no São Paulo.

Um quadro que fará o clube buscar alguns jogadores de salários mais baixos e contratos mais curtos. Na prática, apostas para a disputa do Paranaense. Caso, por exemplo, do volante Emanoel. O jogador está passando por uma bateria completa de exames e poderá assinar contrato (de três meses, prorrogável caso tenha bom desempenho) com o Tricolor, depois de passagens por equipes do interior, como Iraty e Engenheiro Beltrão.

Outra forma de equacionar a carência de jogadores seria a utilização de atletas que não tiveram tanta sorte assim neste ano. São os casos de Edimar, Kleber e Wellington Silva. A diretoria ainda analisa essas questões, mas o volante Edimar, por exemplo, poderá até formar com Luiz Henrique Camargo a nova dupla de cabeças-de-área. É a nova realidade do Paraná, que luta contra o tempo para montar um grupo minimamente competitivo, que serviria de base para a Série B do ano que vem.