Paraná espera ganhar na Justiça direito a receber por Thiago Neves

O futuro de Thiago Neves – um dos craques do Brasileirão -poderá ser definido hoje pela Justiça do Trabalho. A juíza Ingrid Castelanno Ayres profere nesta tarde a sentença da ação movida pelo jogador, que tenta a rescisão de seu contrato com o Paraná Clube. Uma disputa que se arrasta há tempos, envolvendo negócios mal explicados e uma briga entre empresários. O reflexo imediato foi o afastamento do então presidente José Carlos de Miranda. Agora, o destino de Thiago Neves está em jogo: Fluminense ou Palmeiras?

Após duas audiências onde não houve acordo – ou sequer aproximação entre as partes -, o Paraná Clube se mostra otimista. Ainda mais com a recente negativa ao pedido de tutela antecipada do jogador feito pelo empresário Léo Rabello. A origem de toda a bronca, aliás, está num contrato firmado entre Rabello (da Systema), LA Sports e Miranda. Na negociação, o empresário carioca passou a deter 60% dos direitos econômicos do meia, quando de sua transferência para o Vegalta Sendai, do Japão.

A negociação gerou dúvidas internas e diante de algumas evidências contra o ex-presidente paranista (recebimento de propina em negociações) passou a ser o alvo de uma comissão interna de investigação. Pelo que se pôde apurar – o relatório dessa comissão foi mantido em sigilo – há o contrato com Systema, mas não se tem registro do contrato de empréstimo ao clube japonês. Isso fez com que o Paraná, diante da ação movida pelo jogador, passasse também a questionar a validade do contrato assinado por Miranda e Rabello, algo que pode tramitar para a área cível.

A bronca só veio à tona, na verdade, quando a LA Sports encaminhou uma negociação de Thiago Neves com o Palmeiras. O jogador assinou contrato com o clube paulista e recebeu R$ 400 mil antecipados. Nesse instante, o Paraná chegou a admitir que já não tinha direitos econômicos sobre o atleta, que estava integralmente nas mãos de empresários (68% de Léo Rabello e 32% da LA Sports). Só que a Systema tinha interesse na permanência do jogador no Fluminense, tendo negociado sua parte com o grupo Sonda.

Uma verdadeira colcha de retalhos, de difícil explicação e que resultou num impasse entre as partes envolvidas. A artimanha usada por Rabello foi a ação judicial. Com isso, pretendia-se o pagamento de apenas 32% do valor da multa rescisória, que seria da ordem de R$ 748 mil. A multa total seria de R$ 3,9 milhões, mas com o fator redutor da Lei Pelé, cairia para R$ 2,34 milhões. O vice jurídico do Paraná, Luís Carlos de Castro, acredita que o desdobramento do caso pode ser a exigência para o pagamento total da multa, mesmo que em juízo.

Neste caso, Thiago Neves estaria livre de seu vínculo com o Paraná, mesmo tendo ainda que explicar o contrato assinado com o Palmeiras, que se registrado poderia determinar uma punição ao atleta (por ter dois contratos assinados, o outro com o Fluminense). Na questão financeira, a discussão passaria a ser: quem tem direito a quanto do montante. A não ser que sem seu despacho, a juíza também dê um parecer nesse sentido. Independente do resultado de hoje, a tendência é que a parte derrotada ingresse com recurso. Uma novela que ao que tudo indica poderá ter novos capítulos.

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