Paraná completa sete jogos sem vitória

Um primeiro tempo sem futebol e uma segunda etapa que valeu o ingresso. Este é o resumo da tarde de ontem, no Estádio do Pinheirão, quando o Paraná amargou sua sétima rodada seguida sem saber o que é vitória. Pior: perdeu para o Palmeiras por 2 a 1, e encerrou a 12.ª rodada no perigoso 19.º posto na tabela de classificação do Brasileirão-2004, ficando bem próximo da zona de rebaixamento, tendo ainda uma dura tarefa de vencer o clássico contra o Atlético. O Palmeiras, por outro lado, conseguiu alcançar a liderança, alcançando a sexta vitória no campeonato e se prepara para receber o Juventude.

O confronto teve uma primeira etapa abaixo da crítica. Poucos lances de emoção, com o jogo se concentrando entre as duas intermediárias, num ganha-e-perde que deixou as duas torcidas com sono. Quando os ataques conseguiram vencer as defesas bem postadas, faltou qualidade na finalização.

As duas equipes foram para o intervalo devendo às pouco mais de 5.500 pessoas que se dignaram a pagar ingresso e enfrentar o frio estádio da Federação.Pelo segundo tempo porém, o dinheiro da entrada mostrou-se um bom investimento, em termos de entretenimento. Velocidade e domínio, com o Palmeiras aproveitando a lentidão da defesa paranista, que errou no primeiro gol ao deixar Élson dominar e avançar, para só cometer a falta já dentro da área. Sem tempo para respirar, o Tricolor sofreu outro golpe logo depois, num outro contra-ataque rápido que resultou no segundo gol palmeirense, em falha da defesa paranista, que novamente deixou de marcar o cruzamento de Élson, e ninguém ficou na marcação de Kahê, que marcou um golaço.

Sem alternativa, o Paraná foi para o ataque. Passou a dominar a partida, conseguindo furar o ferrolho do meio-de-campo palmeirense e a defesa bem posicionada, criando muitas chances de reduzir a desvantagem. O gol paranista surgiu numa ótima troca de passes entre o meio-de-campo e o ataque, sendo marcado por Marcel, que entrou na segunda etapa para substituir o inoperante Nélio. Mas, embora tenha dominado territorialmente, e criado boas oportunidades, faltou paciência e qualidade na finalização.

Falta tempo e sobram vícios

Não foi, nem de longe, a estréia sonhada pelo técnico Gilson Kleina, que assumiu o comando da equipe no início a semana passada e descobriu, da maneira desagradável com a derrota de ontem, que sua equipe tem “vícios”: não trabalha a bola e quando perde a posse não marca onde perdeu; recua para marcar e oferece assim, espaço para o adversário.

Mas Kleina terá pouquíssimo tempo para tentar arrumar sua equipe. Na quarta-feira à noite, faz o segundo confronto seguido no Pinheirão, no clássico contra o Atlético e depois, no próximo domingo, enfrenta a desesperada equipe do Corinthians. Kleina pede um tempo à torcida. Ele acredita que por ter um time ainda em formação – o meia Canindé foi apresentado à torcida ontem antes da bola rolar, numa “volta olímpica” -, e ainda estar implantando sua filosofia de jogo, o time ainda terá muito o que crescer ao longo da competição.

Com a expulsão de ontem, Beto é desfalque certo para o jogo contra o Atlético. Sobre Canindé, o jogador depende de regularização. Mas mesmo que a documentação esteja pronta, Kleina não deverá utilizá-lo o jogo todo, optando por colocá-lo ao longo da partida. O time se reapresenta hoje à tarde, para treino regenerativo.

CAMPEONATO BRASILEIRO
12.ª Rodada
Local: Pinheirão.
Árbitro: Edilson Soares da Silva (RJ).
Assistentes: Hilton M. Rodrigues e Marcos Barros Sá Freire.
Gols: Pedrinho, aos 7? (pênalti); Kahê, aos 9?; e Marcel, aos 18? do 2.º tempo.
Cartões amarelos: Galvão, Baiano, Kahê, Fávio, Martinco e Nem.
Cartões Vermelhos: Beto e Daniel Martins.
Público: 5.509 pagantes.
Renda: não divulgada.

Paraná 1 x 2 Palmeiras

Paraná
Flávio; Cláudio, Lombardi, G. Baresi e Edinho; Axel, Beto, Nélio (Marcel) e Fernando (Williams); Wellington Paulista e Galvão (Alexandre). Técnico: Gilson Kleina.

Palmeiras
Diego Cavalieri; Baiano, Nem e Leonardo; Daniel Martins, Marcinho, Alceu, Magrão, Pedrinho (Francis) e Élson (Diego Souza); KKahê (Tiago Gentil). Técnico: Estevam Soares.

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