Paraná Clube volta a formar jogadores

Sob uma política mais cautelosa premida pela significativa queda de faturamento, o Paraná Clube promete ?voltar às origens? na formação do seu elenco para a temporada 2008. Com jogadores bons e baratos, espera formar um grupo competitivo, com a missão de resgatar a imagem do clube após a queda para a Série B. Diante dessa diretriz, passa a ser fundamental um bom desempenho já na disputa do Paranaense.

Se a competição não tem a importância ou até mesmo a divulgação de outros estaduais do Brasil, é a chave de acesso para o Tricolor garantir uma volta por cima a partir de janeiro, devolvendo otimismo ao seu torcedor. A partir dessa injeção de ânimo, o Paraná teria mais tranqüilidade para a disputa da Copa do Brasil (a partir de fevereiro) e da Segundona (com início previsto para maio). ?Já temos uma base e estamos com algumas transações engatilhadas?, disse o vice de futebol Durval Lara Ribeiro, sem citar nomes.

O processo de reformulação começou antes mesmo da confirmação da queda paranista. Nos últimos meses, o observador técnico Wil Rodrigues já atuou diretamente na elaboração de uma lista de possíveis reforços. É a volta da ?dobradinha? Wil-Vavá. Os dois, juntos, foram apontados como os responsáveis pelas equipes competitivas e vitoriosas do Paraná nas temporadas 2005-2006. Curiosamente, a ?separação? não fez bem a nenhuma das partes. Wil não obteve sucesso no Coritiba e Vavá, sem o ?fiel escudeiro? não obteve o mesmo índice de acertos no Tricolor.

?Erros foram cometidos e isso é inegável. Mas, ao contrário do que muitos pensam, o Paraná é forte e vamos conseguir a volta por cima?, frisou Vavá Ribeiro. A pretensão do dirigente é a montagem de um elenco bem mais enxuto que o da última temporada. Essa foi uma exigência do presidente Aurival Correia, que ainda não digeriu a forma como o Paraná abusou de contratações que não deram retornou algum ao clube. ?Gastamos dinheiro bom em produto ruim e é obrigatório mudarmos isso?, disse o novo manda-chuva tricolor.

E, tentando minimizar erros, o Paraná deve trazer em torno de seis reforços. Posições não foram citadas, mas o caminho do clube é buscar atletas em todos os setores (dois laterais, um zagueiro, um volante, um meia e um atacante), só para começar. Isso, levando em conta que Vavá acredita nas presenças do ala Eltinho e do atacante Leonardo, ambos retornando de empréstimo, como titulares do novo Tricolor.

O vice de futebol acredita que até o fim da próxima semana já terá algumas negociações finalizadas. E, se não houver imprevistos, no dia 2 de janeiro entregará ao técnico Saulo de Freitas um grupo montado, com aproximadamente 25 jogadores. Destes, apenas doze ou treze remanescentes do elenco que disputou o Brasileirão. ?É uma reformulação previsível, diante do que aconteceu no Brasileiro. Temos alguns bons jogadores, que não foram bem, mas têm mercado e vão retomar suas carreiras em outro clube?, finalizou Vavá, evitando falar em dispensas.

Aurival muda toda diretoria

A reformulação não ocorre apenas no departamento de futebol ou no grupo de jogadores. O presidente eleito Aurival Correia assume oficialmente o comando do Paraná Clube em janeiro até então, era o presidente em exercício, diante do afastamento de José Carlos de Miranda com uma diretoria quase que completamente reformulada. No total, serão onze vice-presidências, sob a supervisão não apenas do presidente, mas dos vices eleitos, Márcio Villela e Aquilino Romani.

Entre os escolhidos por Correia, apenas dois remanescentes da gestão anterior. Waldomiro Gayer Neto, até então encarregado do marketing, assume a vice-presidência financeira. Já Nílson Scheffler trocou a vice-presidência administrativa pela social. Além de novos nomes, a gestão ?Aliança Tricolor? também evitou acúmulo de funções. Cada setor terá um vice responsável, sendo que os três eleitos Correia, Villela e Romani supervisionarão áreas distintas.

?A idéia é buscar novas idéias, novo ânimo?, comentou Aurival Correia. ?Basicamente, estamos usando pessoas que conhecem profundamente as áreas em que irão atuar. Além disso, não houve nenhuma acomodação política. Estamos oxigenando o clube. Cada vice irá indicar um ou mais diretores, com o meu aval?, explicou o presidente paranista. Apesar das mudanças e da temporada ruim Correia garantiu que a diretriz de sua gestão será a continuidade do processo de crescimento e de estruturação do clube como um todo, do social ao futebol.

Aurival Correia será o supervisor direto de quatro vice-presidências: futebol profissional, futebol amador, financeira e jurídica. O 1.º vice, Márcio Villela, responderá por outras quatro áreas: planejamento, administração e recursos humanos, social e marketing. Os outros três setores, esportes sociais, patrimônio e assuntos internacionais, ficam por conta do 2.º vice, Aquilino Romani.

Gabriel garantido até 2010

Cristian Toledo

Depois de dois dias de negociações, o principal jogador do Paraná Clube está garantido por mais três anos na Vila Capanema. Como ele próprio anunciou, o goleiro Gabriel vai ficar no Tricolor para voltar à primeira divisão. Com ele, começa para valer a montagem do elenco paranista para a temporada 2008.

Apesar do bom rendimento de Jumar e de Giuliano nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, foi em Gabriel que a torcida depositou as esperanças de permanência na Série A. Com defesas arrojadas e demonstrando amor pelo Paraná, o goleiro assumiu a posição de titular e virou ídolo rapidamente. Mesmo com as derrotas, ele sempre era aplaudido e foi um dos que mais sentiu o rebaixamento.

Com apenas 19 anos, Gabriel demonstra ter preparo para encarar o que deve ser a temporada mais complicada da breve história do Paraná Clube (que em onze dias completa 18 anos de vida). Não fugiu dos holofotes em momento algum, nem mesmo no dia da queda, após a derrota para o Vasco no Rio de Janeiro, apenas o goleiro e o volante Goiano (não à toa outro jogador adorado pela torcida) conversaram com os jornalistas.

O contrato de Gabriel terminava no final do ano e a diretoria tomou a permanência dele como prioridade para 2008. Como é uma promessa do futebol brasileiro, o comando tricolor se apressou também em fazer um vínculo mais longo com ele, que agora assume a liderança de um novo grupo, jovem também e com um desejo único. ?Eu caí com o Paraná e quero voltar à primeira divisão com o Paraná?, resumiu o camisa 1.

Final

A assinatura de contrato de Gabriel põe um ponto final na passagem de Flávio pelo Paraná Clube. O Pantera perdeu muito espaço com sucessivas contusões, que irritaram a torcida e as boas atuações do seu jovem sucessor levaram a diretoria à certeza de que era fundamental ficar com Gabriel e que era plausível abrir mão dos serviços do ex-titular.

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