Paraná Clube terá nova decisão contra Muricy

Quatro anos depois, Caio Júnior e Muricy Ramalho estarão mais uma vez frente a frente. Desta vez, sem o sufoco do rebaixamento pairando sobre a cabeça dos treinadores. Muito pelo contrário. Muricy conquistou notoriedade nacional e com seu estilo ?ranzinza? conduziu o São Paulo ao tetracampeonato brasileiro, título que o clube não festejava há dezesseis anos. Caio Júnior chegou a seguir novos rumos, como comentarista esportivo, mas deu uma guinada em sua vida e agora está a uma vitória de colocar o Paraná Clube na Copa Libertadores da América.

Os treinadores, em 2002, também na última rodada do Brasileirão, travaram um duelo ?de arrepiar?. Ao menos, a torcida do Tricolor, que precisava do resultado para se manter na primeira divisão do futebol brasileiro. Caio Júnior assumira o comando do time nove rodadas antes, encarando o desafio de tirar o clube ?da lama? (as probabilidades de descenso giravam em torno dos 90%).

Frente ao Figueirense, de Muricy Ramalho, o Paraná precisava da vitória. No fim, com a derrota do Palmeiras, o Tricolor não seria rebaixado independente do resultado. Mas, ao longo dos 90 minutos, o jogo foi um teste para corações tricolores.

Houve dirigente – o conselheiro Altair Barranco – que precisou de atendimento médico. O presidente, Enio Ribeiro de Almeida, e o superintendente de futebol, Ocimar Bolicenho, foram às lágrimas no gramado, assim que o árbitro Jamir Carlos Garcez apitou o fim do jogo, num empate por 2×2. O Tricolor passou perto do rebaixamento por alguns minutos da rodada, quando perdia para o clube catarinense por dois gols de diferença. ?Foi o jogo da agonia?, lembra Caio Júnior, que hoje vive momento oposto, mas de igual ansiedade. ?Só que, agora, o temor dá lugar ao otimismo?, disse o treinador.

Uma confiança comedida, diante do potencial do adversário. A começar pelo seu rival, à beira do gramado. ?Me identifico muito com o Muricy. Principalmente com a sua sinceridade. Ele fala o que pensa e admiro isso?, comentou Caio Júnior. Sobre o fato do técnico são-paulino ter afirmado que o Paraná terá ?tempo ruim? no domingo, Caio tirou de letra. ?Ele tem um grande elenco e reservas de altíssimo nível. O jogo será dificílimo. Mas, também aposto no meu grupo, que tem ambição e sabe que a partida de domingo é histórica, talvez a grande decisão da história do clube?, finalizou Caio Júnior.

Sandro também está na mira

Se Gustavo desperta interesse de clubes paulistas e os cariocas desejam Maicosuel e Leonardo (ambos podem ser negociados com o Flamengo), outro jogador chama a atenção de empresários.

O meia Sandro foi sondado pelo futebol turco, mas a proposta de empréstimo feita pelo Gençlerbirligi foi taxada de ?ridícula? pelo presidente José Carlos de Miranda. Depois

de algumas horas de reunião, nenhum avanço e a transação foi – ao menos momentaneamente – descartada.

?Não vamos nos desfazer de nossos jogadores por quantias irrisórias. Temos que planejar 2007?, disse José Carlos de Miranda. O ideal, na visão do dirigente, seria a venda de dois ou três jogadores -no máximo – apenas para equilibrar os cofres do clube, mas sem permitir que a base do grupo seja desfeita.

Por isso, o Paraná já negocia as permanências de jogadores que vieram por empréstimo, como Batista (Adap), Peter (Cruzeiro) e Cristiano (J. Malucelli).

?Se não houver propostas do exterior, eles devem renovar com o Paraná?, disse Miranda, após contatos com os dirigentes dos clubes de origem desses jogadores. Na questão de reforços, os dirigentes saem pela tangente. Miranda só disse que há cerca de quinze jogadores em uma lista. Entre eles, especula-se que estariam o zagueiro Fernando (Avaí) e os atacantes Wellington Amorim (Marília) e Wando (Botafogo).

Gustavo pode ser o primeiro reforço

O futuro do zagueiro Gustavo pode ser…a Vila Capanema. O jogador reuniu-se ontem com o presidente José Carlos de Miranda, abrindo a possibilidade da renovação de seu contrato por mais uma temporada. Ele não esconde que a possível classificação para a Libertadores terá um peso tremendo na sua decisão final.

Porém, se o São Paulo transformar a sondagem em proposta oficial, será impossível segurar o xerifão.

O clube paulista não confirma, mas os próprios dirigentes paranistas revelam que o São Paulo manifestou interesse pelo jogador. Gustavo se encaixa perfeitamente no perfil desejado por Muricy Ramalho. Profissional ao extremo e que não troca as chuteiras pelo ?chinelinho?, o zagueiro fez uma temporada de extrema regularidade. Foram 51 jogos, entre Brasileiro, Paranaense e Sul-Americana. No Nacional, é o jogador que mais vezes atuou, mesmo ficando de fora do jogo de domingo.

?Só não joguei três partidas, suspenso. Não tive uma lesão ao longo do ano?, vangloria-se Gustavo. Ele repetiu a marca de 2004, quando jogou pela Ponte Preta. ?Aprendi a gostar do Paraná ao longo da temporada. Mas, sou profissional e se surgirem propostas significativas vou estudá-las?, disse. Com a possibilidade

de obtenção do passaporte comunitário, uma transferência internacional não está descartada. Mas, Gustavo promete ser criterioso nesse aspecto. ?Para jogar na Espanha, na França, tudo bem?, comentou, já tendo em seu currículo uma experiência frustrada no futebol russo.

?Respeito muito o presidente, e o ambiente que fiz aqui pesará na hora da definição?, disse Gustavo. Na segunda-feira, José Carlos de Miranda deve apresentar a proposta financeira para a renovação do contrato do zagueiro. Se até lá não surgir qualquer outra oferta oficial e tentadora, ele pode ser o ?primeiro reforço? do clube para a temporada 2007.

Voltar ao topo