Paraná Clube tenta surpreender Azulão

O Paraná Clube enfrenta o São Caetano, às 16 horas, no Anacleto Campanella, em um jogo de extremos. De um lado, o Tricolor com o quinto melhor ataque do Brasileirão (56 gols marcados). Do outro, o Azulão com a melhor defesa (28 gols sofridos). Já o representante paranaense tem a defesa mais vazada da competição (54), mas o clube paulista conta com o segundo pior ataque (30). Na dança dos números, outro ponto curioso: o Paraná é um dos clubes que menos empatou (6), já o São Caetano abusa da igualdade (12).

Todos esses ingredientes estarão em campo hoje, num confronto direto por uma posição de destaque no campeonato brasileiro. Ainda mais agora que a Confederação Brasileira de Futebol confirmou que os oito primeiros participarão da Copa Sul-Americana do ano que vem. Como há ainda quatro vagas pelo ranking da Conmebol (liderado por São Paulo e Cruzeiro), o nono e o décimo colocado também terão presença assegurada na competição internacional.

No embalo da goleada sobre o São Paulo, o técnico Saulo de Freitas não muda o esquema do time. Maurílio entra no lugar de Caio, suspenso, e a estratégia é agredir o São Caetano, um “velho freguês”. Os duelos tiveram início na disputa da Copa João Havelange, quando o Tricolor atropelou o Azulão na final do Módulo Amarelo e garantiu o título da segundona. Só que o clube paulista obteve maior projeção na seqüência, inclusive com duas participações na Libertadores.

O “novo” técnico paranista admite que a característica do grupo faz com que o ataque seja a melhor opção. Mas, avisa que para o sucesso neste momento de definições, a participação coletiva deve ser total. “Os atacantes têm liberdade, mas devem colaborar com a marcação quando não tivermos posse de bola”, comentou. “Só assim, aliviaremos a sobrecarga da nossa defesa, pois é preciso diminuir essa média de gols sofridos”.

Os zagueiros reconhecem que a marca incomoda. “Só que, se levarmos dois e fizermos três, ninguém vai reclamar. Vencer é o que importa”, avisou Cristiano Ávalos. Saulo, porém, sabe que o melhor caminho é acertar o posicionamento e a proteção à zaga. Na sua fase anterior à frente do time – Saulo comandou o Paraná entre a 20.ª e a 25.ª rodadas -, o treinador conseguiu esse objetivo. À exceção da derrota para o Cruzeiro, o Tricolor conseguiu estabilidade e sofreu apenas cinco gols. O ataque só não foi efetivo no clássico diante do Atlético.

“Confio no grupo, que já mostrou qualidade. É só uma questão de colocar as peças certas e não inventar”, comentou Saulo. Com a movimentação do quarteto de frente -Marquinhos, Fernandinho, Maurílio e Renaldo – o Tricolor espera quebrar a marcação sólida do time de Tite, novamente armado com três zagueiros.