Paraná Clube pronto para sair do rebaixamento

Jogo decisivo é, via de regra, sinal de casa cheia. Então, o que esperar do jogo desta noite – 18h, no Pinheirão – entre Paraná Clube e Corinthians? Se o clube paulista corre ainda pelo sonho da Libertadores, o Tricolor tem hoje a possibilidade de, finalmente, sair da indesejável zona de rebaixamento. Já são oitenta dias “namorando com o perigo”. Mesmo com seqüências de bons resultados, o time de Paulo Campos não conseguiu sair da “rabeira” do Brasileirão.

“Há muito equilíbrio. Podemos não ter saído, mas encurtamos a distância de forma significativa”, comentou o treinador. Paulo Campos retornou ao clube há nove rodadas. Levando-se em conta apenas estes jogos, tem a sexta melhor campanha, atrás somente das equipes que disputam o título ou uma vaga às competições sul-americanas. “Mas, se disser que quero sair do sufoco só na última rodada, seria mentiroso”, afirmou. O técnico, porém, evita transferir ao grupo essa pressão.

“Não imponho aos jogadores a necessidade de sairmos já da zona de rebaixamento. Mas, vamos sair”, assegurou. Da mesma forma como evita projeções, Paulo Campos concentra toda a preparação do time no jogo em questão. Mesmo com o julgamento – onde o clube foi absolvido e manteve assim seus mandos de campo – tomando boa parte das notícias do clube no início da semana, os treinamentos já eram voltados ao jogo deste domingo.

Paulo Campos acredita numa partida truncada, por vários fatores. O Corinthians adota uma forte marcação em seu campo, jogando sempre no erro do adversário. “Teremos que ser mais fortes e criar variações que nos permitam furar esse bloqueio. Mas, sem nos descuidarmos da marcação”, comentou o capitão Axel. Para fortalecer essa estratégia, a comissão técnica aposta em um time mais coeso no meio-de-campo.

Sem poder contar com Beto e Marcel, suspensos, e Canindé, lesionado, o treinador armou o time com três volantes, mas assegurando a Goiano maior liberdade para o apoio ao ataque. Volante de origem, ele atuou na ala-direita contra o Atlético Paranaense e agora terá a missão de articular as jogadas pelo lado direito do campo. Função similar terá Fernando pela esquerda. Sem Canindé, o time perde em velocidade e, por isso, o treinador quer compensar essa carência com maior “velocidade da bola”.

Jogo de paciência

Ou seja, o Tricolor vai primar pelo toque de bola, aproveitando as assistências de Fernando e Cristian. Mais uma vez, Galvão terá que se desdobrar na área adversária, pois o Corinthians terá, novamente, três zagueiros. “Não é fácil, mas se conseguir abrir espaços para meus companheiros, tudo bem. O mais importante é vencer”, disse o artilheiro do time, com dez gols. Prevendo um jogo difícil, Paulo Campos teve o cuidado de pedir paciência ao torcedor paranista. “Não vamos nos atirar de forma desordenada. É preciso jogar com inteligência e para isso precisamos do apoio da nossa torcida”, comentou Campos. “Nosso torcedor tem que dar show de comportamento, sabendo que o jogo pode ser decidido nos últimos minutos.” Paulo Campos, assim, procurou preparar o ambiente, evitando que um eventual descontentamento da galera possa atrapalhar o rendimento do time ou aumentar de forma perigosa a ansiedade dos atletas. “Temos dez decisões pela frente e o nosso torcedor será decisivo. Eles têm que jogar com o time”, finalizou o meia Cristian, destaque do time no campeonato brasileiro.

Corinthians contra a ansiedade

São Paulo

– O Paraná não é um adversário a ponto de colocar medo no Corinthians, apesar de jogar em Curitiba. O receio dos corintianos é outro: “Não podemos é deixar a ansiedade tomar conta da gente. Estamos na fase final do campeonato e todo jogo agora é decisivo”, disse o atacante Gil. É isso: mais um tropeço pode fazer desandar de vez o sonho de atingir uma vaga na Copa Libertadores do ano que vem.

Para o técnico Tite, não é necessário pressionar o time em busca da vaga – para isso, em suas contas, a equipe precisaria ganhar cerca de 20 dos 30 pontos que serão disputados até o fim do campeonato. “Basta mantermos o ritmo que temos apresentado. Com profissionalismo”, diz o treinador.

A tendência é que o Corinthians crie mais jogadas ofensivas com o retorno do meia Fábio Baiano, que estava suspenso na última partida. O volante Wendel volta a ser titular e entra na vaga de Filipe Alvim, que levou o terceiro amarelo e, portanto, cumpre suspensão. Na frente, Tite optou por escalar Gil e Jô, mantendo Marcelo Ramos e Alessandro no banco de reservas.

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