Paraná Clube procura um artilheiro

Sem dinheiro e sem time, o Paraná Clube especula o mercado atrás de soluções para as suas carências. Terá que buscar peças para todos os setores do time, mas uma posição específica tira o sono da comissão técnica e dos dirigentes.

Onde encontrar um “homem-gol”? Esta vem sendo uma pergunta recorrente e sem resposta pelos lados da Vila Capanema. O período de vacas magras, quando o assunto é artilharia, já se estende por três anos.

Na prática, o último grande goleador do azul, vermelho e branco foi Josiel. Em 2007, o gaúcho, que andava pilchado e tomava chimarrão no vestiário, balançou as redes 31 vezes.

Tudo isso em 56 partidas, com média de 0,55 gol/jogo. Foram 3 gols na Libertadores, 8 no Paranaense e 20 no Brasileirão. Josiel foi o artilheiro da Série A daquele ano, mas não evitou o rebaixamento do Paraná Clube.

Uma queda justificada até pelos números e pela falta de vocação ofensiva daquele time. Mesmo com o artilheiro da competição, naquele ano o Tricolor fez só 42 gols em 38 jogos.

O vice-artilheiro do time foi o volante Beto, com insignificantes 3 gols. Pois Josiel foi negociado com o Al-Wahda, dos Emirados Árabes e desde então o clube só tem dado tiro do escuro, na busca por um “dono” da camisa 9.

Em 2008, teve Massaro, Fábio Luís (o Tanque), Éder, Gilson. No final, salvou-se do rebaixamento para a Série C graças aos gols de Ricardinho (que fez 6). Só para se ter ideia da ineficácia dos atacantes, Joelson – ele mesmo – foi o artilheiro do time na temporada, com 9 gols.

No ano passado, a história se repetiu. O Paraná viveu de apostas como Wellington Silva, Peterson, Bebeto, Adriano (o artilheiro de um gol só) e Alex Afonso.

No fim, deu uma guinada na sorte com a mutação do então ala Marcelo Toscano em atacante. Com dez gols, foi o artilheiro do time na Série B e tornou-se a nova esperança do torcedor e candidato a artilheiro do Tricolor.

Mesmo com os números expressivos, Toscano ainda perdeu para Wellington Silva (graças àquele golzinho de mão, frente ao Ceará) a artilharia da temporada. WS fez 11 gols no ano.

Veio a temporada 2010 e todos acreditavam que com Toscano a camisa 9 não era mais problema. Só que o atacante alternou bons e maus momentos. Foi atacante de referência e meia, vindo de trás.

Mesmo sem conseguir ser brilhante, seguiu como principal referência do Paraná, até ser negociado com o futebol português (Vitória de Guimarães). A saída prematura, em agosto, não impediu que Marcelo Toscano fosse o artilheiro do Paraná na temporada, com 16 gols.

As outras apostas, como Leandro Bocão e Somália, não vingaram. O Paraná ainda viveu de momentos esporádicos de Anderson Aquino e Rodrigo Pimpão. Com seis gols cada – mesmo não se tratando de atacantes de referência – eles foram os vice-artilheiros do clube no ano.

Em meio a atual entressafra, o Paraná garimpa o mercado atrás de um novo atacante. Tenta um jogador de maior experiência, mas não descarta novas apostas. Resta saber se a diretoria terá uma mira certeira, como a de um verdadeiro matador, que os paranistas não veem há tempos.

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Contratações

O Paraná poderá definir ao longo da semana os primeiros reforços para a temporada 2011. Contatos estão sendo mantidos há dias pelo técnico Roberto Cavalo e o diretor de futebol Guto de Melo. Devido às limitações financeiras – o clube não tem como entrar em leilão por atletas – o trabalho é feito em absoluto sigilo.

Boca fechada

O Tricolor só revelará nomes quando contratos estiverem assinados, para evitar dissabores como na montagem do time para o Brasileiro. Naquele momento, o clube chegou a anunciar o acerto com o zagueiro Aislan, que dias depois acertou com o Guarani para a disputa da Série A.

Parcerias

Desta vez, o clube está trabalhando por conta própria. A Amaral Sports, parceira mais recente do clube – que trouxe aquela série de jogadores do interior paranaense -, desapareceu do circuito. Na prática, o clube só obteve êxito com Gilson. O ala deixou o clube no meio da Série B, mas rendeu alguns dividendos na sua transferência para o Grêmio.