Paraná Clube negocia Josiel com time árabe

O jogo do próximo domingo – às 18h10, frente ao Santos – será o último do artilheiro Josiel, na Vila Capanema. Ao menos com a camisa do Paraná Clube. O maior goleador do Brasileirão-2007 está sendo negociado com o Al-Wahda Unity Club, dos Emirados Árabes Unidos. O presidente Aurival Correia admitiu a transação, mas assegurou que nada está fechado. ?Está tudo encaminhado, mas só vamos definir o negócio em janeiro?, afirmou o dirigente paranista.

A viagem de Josiel, na semana passada, não teve como destino o Rio Grande do Sul, como anunciou o departamento de futebol tricolor. O goleador foi, na verdade, até a cidade de Abu-Dhabi, onde passou por exames médicos e já posou para fotos com a camisa do novo clube, inclusive ao lado do seu futuro técnico, Ivo Wortmann, que comanda o Al-Wahda. Será a primeira experiência do atleta de 27 anos no exterior. Gaúcho de Rodeio Bonito, Josiel foi o grande investimento do Paraná nesta temporada (através do Grupo de Apoio, formado por empresários ligados ao Tricolor).

Contratado no início da temporada, precisou de pouco tempo para cair no agrado do torcedor. Na verdade, apenas um jogo, pois na estréia, frente ao Londrina (no dia 27 de janeiro), Josiel disparou logo três gols, na vitória por 5×2. Voluntarioso e com presença de área, manteve a média no Paranaense e na Libertadores. Durante o Brasileiro, apesar das muitas especulações, a diretoria de futebol optou por ?segurar? o atleta, considerando-o peça imprescindível para um bom desempenho do clube na competição.

A campanha ficou muito aquém das expectativas, mas Josiel fez a sua parte. Mesmo vestindo a camisa de um clube que passou – a partir do início do segundo turno – apenas a brigar pela permanência na Série A, o atacante seguiu balançando as redes e segue isolado na artilharia do Brasileiro, com 20 gols, a duas rodadas do fim. Josiel preferiu não comentar o assunto e só vai falar com a imprensa na sexta-feira, após o último treino para o duelo com o Peixe.

Aurival Correia também negou os valores citados num fórum eletrônico de torcedores do Al-Wahda. Segundo o site, a transação seria de U$ 5 milhões. ?Não passa nem perto disso?, assegurou o presidente tricolor. Correia também evita comentários sobre percentuais, independente da participação do Grupo de Apoio nesses valores. ?A transação é entre o Paraná e o clube árabe?.

Aurival Correia apenas confirmou que independente do valor final do negócio, R$ 1 milhão ficará depositado em juízo, devido a uma ação movida pelo ex-atacante Ilan, que pôs à penhora o valor da multa rescisória de Josiel. ?Mas, isso ainda será julgado. Só é certo que esse valor ficará retido pela Justiça até a solução do caso?, comentou o presidente paranista. Antes da transferência, a torcida paranista só espera ver mais gols de Josiel. Gols que possam definir a permanência do Tricolor na elite nacional, contra Santos e Vasco.

Paraná questiona a ?cessão? de Thiago Neves à Systema

Foto: Valquir Aureliano

Para não ficar inativo, Thiago pode jogar no Palmeiras, onde assinou um contrato.

O futuro do meia Thiago Neves, candidato a craque do Brasileirão, é incerto. Tudo por conta da forma ?nebulosa? como se deu a transferência de 60% dos direitos econômicos do atleta para a Systema, empresa comandada pelo empresário Léo Rabello. Na audiência inicial realizada na tarde de ontem, na 18.ª Vara do Trabalho, o pedido da rescisão de seu contrato com o Paraná Clube foi negado. A audiência de instrução foi marcada para o dia 3 de junho de 2008 e diante do impasse o jogador pode ficar impedido de atuar no Fluminense, como pretendia seu procurador.

O advogado Eros Azevedo Cordeiro representou o Paraná, que pode até recuperar na Justiça a parte ?cedida? à Systema. ?Nossa intenção não é polemizar. Mas, como a ação foi proposta pelo atleta, estamos questionando o valor a ser depositado?, explicou o vice jurídico do Paraná, Luiz Carlos de Castro. A verdade é que diante dos fatos apurados pela comissão de investigação instaurada pela diretoria paranista – e que pode determinar a expulsão de José Carlos de Miranda do Conselho Normativo -, o clube decidiu contestar o contrato firmado entre o presidente afastado e a empresa de Léo Rabello.

Sob a alegação que este acordo fere direitos estatutários ou ainda que a cessão foi feita ?gratuitamente?, pois não consta do caixa do clube valor algum referente a essa venda, o Paraná não aceitou simplesmente acatar a ação proposta por Thiago Neves e Léo Rabello, contra o clube e a L.A. Sports, empresa que também detém parte dos direitos econômicos do jogador. Em todo o imbróglio, há fatores agravantes. Do fato de Thiago Neves ter assinado um contrato com o Palmeiras (e recebido R$ 400 mil no negócio) à venda efetuada por Rabello de 50% dos direitos do atleta ao Grupo Sonda.

Na tentativa de obter a liberação judicial, Léo Rabello teria ?cedido? seus percentuais ao jogador. Assim, Thiago Neves estaria liberado com o simples depósito de 32% da multa rescisória (estipulada em R$ 3,9 milhões). Isso não foi aceito pela juíza, que sem um acordo entre as partes marcou nova audiência para o ano que vem. O valor dessa multa também pode ser revisto, diante do atual contrato do atleta com o Fluminense, que catapultaria a liberação para R$ 33 milhões.

Até a definição do processo, Thiago Neves pode acabar jogando no Palmeiras, uma vez que tem contrato assinado com o clube paulista. Seria uma saída para o atleta não ficar inativo, aguardando uma decisão que tende a se arrastar por um bom tempo.

Até porque, há a possibilidade de a Justiça do Trabalho se considerar inapta a julgar os contratos comerciais firmados entre as partes envolvidas e assim o caso tramitar para a área cível. A situação é tão complicada que estiveram presentes à audiência Thiago Neves, Léo Rabello, Marcelo Penha (vice do Fluminense), devidamente acompanhados por seguranças. O Palmeiras se fez representar, além do Paraná Clube e da L.A. Sports. Foi mais um round nessa briga que já provocou a queda de Miranda e que, ao que tudo indica, ainda renderá muitos capítulos.

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