Paraná Clube não quer repetir erros de 2011

Com o Paraná Clube relegado ao segundo escalão do futebol brasileiro desde 2008, o torcedor já se acostumou ao período de frustrações. Porém, nunca conviveu com um estado de incerteza tão grande.

Sem calendário, comando técnico ou time, ninguém é capaz de arriscar qual será o perfil do Tricolor em 2012. A diretoria prega cautela, para não incorrer nos mesmos erros de um passado recente. Em especial, no que diz respeito à montagem do elenco para a disputa do Campeonato Paranaense.

No final de 2010, o então presidente Aquilino Romani decidiu apostar tudo no bom e barato, imaginando que um time “meia-boca” seria suficiente para encarar a competição estadual.

O clube chegou a realizar “peneiradas” ao longo do mês de dezembro, no Ninho da Gralha, onde a cada dia empresários apareciam com novos “craques”. O resultado foi o time selecionado por Roberto Cavalo para o Paranaense, que tinha em Taianan e Paulo Matos as principais “referências”.

Até o “foquinha” Kerlon arriscou a sorte na Vila Capanema. O resultado da experiência todos sabem. Cavalo durou somente oito jogos (com 2 empates e 6 derrotas) e nesse momento a diretoria já “se coçava” na busca por reforços.

Mesmo trazendo apenas atletas medianos, como Rodrigo Defendi, Douglas Packer e Lima, o Tricolor conseguiu uma guinada sob a direção de Ricardo Pinto (foram 15 jogos, com 7 vitórias, 3 empates e 5 derrotas). O crescimento, porém, foi insuficiente para tirar o clube da rota já estabelecida pelo pífio desempenho no primeiro turno.

Hoje, rebaixado à Segunda Divisão paranaense, o Paraná é o exemplo palpável do quanto o barato sai caro. Para tentar trilhar novos rumos, a diretoria aposta numa política pés no chão.

“Não iremos encher a prateleira como nas últimas temporadas”, disse o superintendente Celso Bittencourt, mesmo ciente da dificuldade que o Tricolor terá para administrar duas competições longas – a Série B e a Divisão de Acesso – e simultâneas.

Como em anos anteriores, o clube sai praticamente da estaca zero. “Será um ano difícil. Cabe a nós, com inteligência e planejamento, fazer uma boa limonada com esses limões”, diz o presidente Rubens Bohlen.

Mesmo agarrando-se à ideia da profissionalização do departamento de futebol, o Paraná já demonstra uma defasagem neste ponto. Muitas das decisões recentes – como a contratação do zagueiro Alisson e a transferência de atletas (Cambará e Welington) para o Bragantino – foram tomadas pelo “colegiado” formado por Bohlen, Paulo César Silva (vice presidente) e Bittencourt, enquanto a contratação de um gerente continua suspensa.