Paraná Clube começa a criar raízes na Segundona

A forma de disputa tem imposto uma rotatividade intensa à Série B – fruto do acesso e do descenso, – que a cada temporada promove a mudança de oito equipes na Segundona (quatro vindas da Série A e outras quatro da C).

Em meio ao entra e sai, o Paraná Clube e outras quatro equipes vêm “fincando raízes” no segundo escalão do futebol brasileiro. Número que pode variar, caso Vila Nova, Brasiliense ou América-RN consigam se safar do rebaixamento nas duas rodadas finais.

O Tricolor, junto com os paulistas Ponte Preta, Bragantino e São Caetano, vai para o seu quarto ano seguido na Série B. O fato de outros clubes tradicionais terem feito o bate-e-volta (como Corinthians, Vasco e Coritiba) deixa o torcedor paranista ainda mais apreensivo.

“Precisamos buscar soluções para reequilibrarmos nossas finanças. Senão, fica difícil”, admite o presidente Aquilino Romani, esperando uma maior união dos “verdadeiros” paranistas em torno do clube.

Além de patrocinadores ou investidores, o dirigente espera a união da torcida em torno deste objetivo de resgate do clube. “Fechamos o ano com pouco mais de três mil sócios torcedores. Teríamos que chegar no mínimo a seis mil”, comentou o dirigente.

A ausência de um número expressivo de sócios ou torcedores – a média do Paraná, até aqui, é de apenas 3.382 pagantes/jogo – tornou ainda mais tortuoso o caminho do clube, que passou o ano inteiro convivendo com salários atrasados.

Para não marcar passo mais uma vez, a diretoria tricolor já começou a trabalhar na montagem do elenco para 2011. A intenção é segurar cerca de 20 jogadores do atual elenco.

Na prática, a metade do atual grupo. O presidente Aquilino Romani, o vice de futebol Aramis Tissot e o assessor Paulo César Silva reuniram-se ontem com o técnico Roberto Cavalo, tratando dessa questão e estabelencendo prioridades. “Nosso primeiro passo será renovar alguns contratos. Só depois iremos pensar em reforços”, disse Romani.

Em anos anteriores, o Tricolor reformulou quase que integralmente seu grupo, após campanhas irregulares na Série B de 2008 (11.º colocado) e 2009 (10.º). Desta vez, a meta é reforçar a atual base com alguns garotos dos juniores e poucas contratações, apenas em posições estratégicas.

O próprio Roberto Cavalo não esconde a necessidade do clube buscar com urgência um camisa 9. O clube não conta com um artilheiro de referência desde 2007, quando Josiel foi o artilheiro do Brasil, com 20 gols (no ano em que o Tricolor caiu).

Nova data

O clube chegou a anunciar o jogo frente ao Bragantino para o sábado, como previa a tabela original. Mas, no início da noite, a CBF definiu que Paraná e Bragantino jogam mesmo na sexta, às 21h, no Durival Britto.

A partida, assim como São Caetano x Duque de Caxias -também antecipada – não interfere na classificação da Série B no que diz respeito ao acesso e à luta contra o rebaixamento.

Opções

O técnico Roberto Cavalo deve definir apenas amanhã o time que encara o Bragantino. Ele conta com as voltas de Alessandro Lopes, Luís Henrique, Wanderson e Rodrigo Pimpão.

Já Irineu segue no departamento médico e Ceará ainda será reavaliado. A tendência é que o Paraná jogue num 4-4-2, mas desta vez com somente dois volantes e dois meias de criação. Caso vença, o Paraná superaria a marca do ano passado, quando fechou a Série B com 53 pontos.