Paraná Clube busca novos rumos

Para dar uma guinada neste returno do Brasileirão, o técnico Luiz Carlos Barbieri faz mudanças por atacado no Paraná Clube, que recebe o Brasiliense amanhã, às 20h30, no Pinheirão. Além da volta de Daniel Marques, após cumprir suspensão, e a entrada de Parral na vaga de Neto, suspenso, o treinador mexe em outras três posições. E com direito a duas estréias: Pierre e Éder. Para isso, depende ainda da confirmação dos registros dos atletas junto à CBF (o BID é divulgado por volta das 19h).

Como a diretoria deu ?sinal verde? – pois toda a documentação dos jogadores foi encaminhada à entidade ontem -, Barbieri já armou o ?novo? time em um mini-coletivo. A possibilidade de variação tática não foi levada adiante pelo treinador. ?O grupo está muito adaptado ao 3-5-2. Querer mexer agora, sem tempo para treinamento, seria muito arriscado?, comentou o treinador. Ele até esboçou um 4-4-2 no treino da manhã (com a participação somente dos suplentes), mas não gostou do resultado.

?O que o time precisa, agora, é de tranqüilidade para fazer um bom jogo?, frisou o treinador, que antes do treinamento conversou longamente com o grupo. ?Quero o time concentrado, sem perder o foco. A fase não é boa, mas não podemos achar que está tudo errado. Uma vitória muda tudo?, comentou Barbieri. O técnico só não quer pecar por omissão. Diante do que viu nas últimas partidas, decidiu sacar Vicente, Mário César e Thiago Neves. Em seus lugares entram Edinho, Pierre e Éder.

?Preciso encontrar soluções para que o time volte a criar. Com esses jogadores, espero um crescimento do volume de jogo?, justificou. Barbieri não questiona o fato dos atacantes não marcarem gols há nove rodadas. ?A bola não está chegando lá na frente do jeito que eu quero. Com novos alas e mudança no meio-de-campo, vamos tentar melhorar esse fundamento?, afirmou. Pelo menos no primeiro treino, o resultado prático foram dois belos gols de Borges.

Éder, que se encaixa no perfil de jogo desejado por Barbieri (com mobilidade pelos flancos do campo), não esconde a ansiedade. ?É sempre bom ter oportunidade de mostrar seu futebol na Série A. Confio nesse time, que vai deixar de lado o que ocorreu nas últimas rodadas. Temos potencial para buscar as primeiras posições?, disse.

Éder sabe que a falta de entrosamento deverá ser compensada com aplicação. ?O torcedor vai ver um time com garra, lutando do primeiro ao último minuto pelo resultado?, disse. O meia, na Série B (onde defendeu o Sport), fez dezessete jogos e marcou quatro gols. No Paraná, ele reencontrou Borges, com quem fez amizade no ano passado, quando ambos estavam no São Caetano. ?Quero estrear com o pé-direito e, de preferência, marcando um gol de esquerda?, finalizou o canhoto Éder.

Capacidade de reação em xeque

Recuperar a auto-estima. Esse é um ponto fundamental, na visão do técnico Luiz Carlos Barbieri. Os recentes fracassos colocaram em xeque a capacidade do elenco paranista, que até bem pouco tempo chegou a empolgar seu torcedor. Na virada do turno, o Paraná tinha a melhor defesa, o melhor saldo de gols e era o time com o menor número de derrotas no Brasileiro.

Em apenas cinco rodadas o Tricolor dobrou seu número de derrotas e os quatro tropeços consecutivos maculam uma campanha até então considerada excepcional, diante das dificuldades financeiras do clube. ?Todos os times oscilaram. Temos que ter a inteligência para superar essa fase e retomar o futebol competitivo que marcou a campanha do time no início da competição?, disse Barbieri.

O técnico sabe que seu trabalho será avaliado por resultados e para assegurar continuidade, precisa da vitória. ?O time precisa voltar a vencer?, sentenciou Barbieri. Nas últimas nove rodadas, o Paraná obteve apenas

uma vitória. ?O último resultado positivo foi frente ao Cruzeiro, há mais de um mês. É muito pouco?, avaliou. Esse jogo (1×0, no Mineirão), ocorreu no dia 13 de agosto. ?Mesmo com a maré ruim, estamos a nove pontos do líder. Dá para buscar?, avisou o treinador.

Amanhã teste pra camisa 3

O Paraná Clube utilizará amanhã, uma nova camisa -com listras verticais nas cores do clube e faixas mais largas em vermelho (no lado direito) e azul (esquerdo) -, em edição limitada. A estratégia foi elaborada pelo vice de marketing Waldomiro Gayer Neto, sendo que as dezesseis camisas do jogo serão sorteadas entre os torcedores que adquirirem o cupom da promoção (R$ 5,00), nas bilheterias do Pinheirão.

O clube, assim, vai apresentar uma variação que poderá – se aprovada pelo torcedor – passar a ser utilizada como o uniforme 3, mas a partir da próxima temporada. O modelo, ainda sem os patrocínios, foi mostrado à Tribuna na cidade de Campinas. ?Os recentes resultados podem ter inibido os tricolores. Mas é muito importante a presença do nosso torcedor nessa volta ao Pinheirão. Faz muito tempo que não jogamos em casa e os jogadores precisam desse apoio?, frisou Gayer Neto, lembrando que os ingressos promocionais custam apenas R$ 10,00.

Esley? Só se for pra já

Pode ?dar na trave? a contratação do atacante Esley, ex-Anapolina. A diretoria deu prazo até hoje para que o empresário do atleta obtenha a documentação para seu registro junto à CBF. O entrave estaria numa liberação junto à federação portuguesa. Como o prazo final para novos registros expira na próxima sexta-feira, o clube não quer correr riscos.

O vice de futebol José Domingos confirmou que um outro jogador para a posição está praticamente acertado, dependendo apenas da permanência ou não de Esley. ?Não podemos ficar esperando. Essas transferências internacionais às vezes demoram semanas. Caso uma solução não seja dada até esta terça-feira, partiremos para outra opção?, disse.

Os outros recém-contratados já tiveram seus registros confirmados pelo clube e seus nomes devem constar do BID de hoje. Neguete (com contrato até abril/2006) e Sandro (maio/2006) já foram utilizados na rodada passada. Barbieri define hoje os jogadores que ficarão no banco frente ao Brasiliense e, além desses dois, Fernando Gaúcho deve aparecer na relação.

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