O Paraná mostrou força mais uma vez, mas a ?ajuda? da arbitragem e os erros defensivos foram fatais. E o Tricolor perdeu de virada para o São Paulo por 3×2, ontem, no Morumbi. O resultado deu ao time paulistano o título simbólico do primeiro turno e uma vantagem de cinco pontos sobre o agora vice-líder Santos. Aos paranistas, ficou a tristeza de saber que era possível vencer fora de casa – e, ao mesmo tempo, o orgulho de provar o porquê de estar entre os melhores do Campeonato Brasileiro.
Caio Júnior não surpreendeu e entrou em campo com a equipe que era a mais esperada – Sandro no banco, Beto (depois de 25 dias de inatividade) como titular. A intenção era reforçar o meio, dando condições plenas para os avanços de Ângelo e Edinho pelas alas. Haveria espaço para isso, pois o São Paulo teria Richarlyson como zagueiro pela esquerda, uma aposta arriscada de Muricy Ramalho.
E a estrela do treinador brilhou – e a do capitão tricolor também. Logo a cinco minutos de jogo, Beto aproveitou a falha da defesa do São Paulo e abriu o placar. Não houve tempo para comemorar, já que no lance seguinte foi a vez da zaga paranista bobear e Aloísio empatar. O detalhe é que, na hora da cobrança da falta, o ex-centroavante do Atlético estava em posição irregular.
Apesar de sentir o gol, e de errar passes no meio-de-campo, o controle tático do jogo era do Paraná. A entrada de Beto foi uma surpresa para Muricy, pois o capitão assumiu a condição de armador e chegava com constância ao gol de Rogério Ceni. Já a improvisação de Richarlyson se revelava um erro dos donos da casa, desguarnecendo a defesa e dando espaços para os visitantes.
Não foi à-toa que o Paraná retomou a vantagem em uma jogada pelo meio da zaga paulistana. Batista percebeu a entrada de Edinho, que surgiu na cara de Rogério. O goleiro são-paulino defendeu – mas Beto, sempre ele, apareceu solto para o rebote. O goleiro pegou mais uma vez, só que ninguém conseguiu segurar a chegada de Leonardo, que tocou para o gol vazio. Além de vencer, o Tricolor mandava no jogo, aplicando uma ?aula tática? no poderoso campeão mundial.
O Paraná teve que fazer duas alterações no intervalo -Maicosuel e Leonardo tanto apanharam de Fabão e Alex Silva que tiveram que sair.
?Perdi meus dois atacantes por causa das faltas que o juiz não marcou?, reclamou Caio Júnior. Eles fariam muita falta. Entraram Joelson e Sandro, deixando o time mais forte fisicamente.
Por sinal, a arbitragem de Clever Assunção Gonçalves era muito fraca. Ele entrou na onda dos paulistanos, deixando de marcar lances claros favoráveis ao Tricolor, e não dando um cartão amarelo sequer ao donos da casa.
A partida ficou mais nervosa, com poucas chances de gol. Tentando aumentar o poder ofensivo, Muricy sacou Danilo e Souza e colocou Lenílson e Thiago, passando a jogar com três atacantes. A primeira oportunidade da segunda etapa foi exatamente o gol de empate do São Paulo – após nova falha da defesa, Leandro tocou de joelho no canto direito de Flávio. E em outro erro, Alex Silva, na pequena área, teve liberdade para tentar duas vezes e virar o jogo.
Caio tentou colocando Jeff, mas a falta de Leonardo e Maicosuel era sentida – Sandro e Joelson não atuaram bem.
Para acabar de vez com as chances do Paraná, Beto foi expulso, em mais uma prova da conivência da arbitragem com os são-paulinos, que pareciam ter alvará para bater à vontade. Agora como terceiro colocado do Brasileiro, o Tricolor tem como próximo desafio o Juventude, domingo, no Pinheirão.
CAMPEONATO BRASILEIRO
Súmula
Local: Morumbi (São Paulo-SP)
Árbitro: Cléver Assunção Gonçalves (MG)
Assistentes: Guilherme Dias Camilo (MG) e José Carlos de Souza (MG)
Gols: Beto 5, Aloísio 6 e Leonardo 21 do 1º; Leandro 22 e Alex Silva 31 do 2º
Cartões amarelos: Emerson, Pierre, Beto, Batista (PR)
Cartões vermelhos: Beto
Renda e público: não divulgados
SÂ?O PAULO 3×2 PARANÁ CLUBE
São Paulo
Rogério Ceni; Alex Silva, Fabão e Richarlyson; Souza (Thiago), Mineiro (Ramalho), Josué, Danilo (Lenílson) e Júnior; Leandro e Aloísio. Técnico: Muricy Ramalho
Paraná
Flávio; Gustavo, Émerson e Edmilson; Angelo, Pierre, Beto, Batista (Jeff) e Edinho; Maicosuel (Joelson) e Leonardo (Sandro). Técnico: Caio Júnior