Paixão que une três gerações

Uma das maiores paixões do Paraná completa hoje 96 anos de história. Quando fundaram o Coritiba Foot Ball Club, em 12 de outubro de 1909, certamente aqueles jovens descendentes de alemães não imaginavam que estavam criando uma instituição que conquistaria o coração de milhões de paranaenses.

Mais de nove décadas depois, o amor pelas cores verde e branca passou de geração em geração, tornando o Coxa um forte aspecto da personalidade do povo paranaense. Um exemplo de união em torno do ideal de torcer pelo Cori é a família Réboli, que tem três gerações de fanáticos coxas-brancas.

A história começa nos anos 30, com Luiz Regino Réboli. Então torcedor do Palestra Itália, o jovem de 15 anos foi levado para jogar nas categorias de base do Coritiba. No Coxa, passou a ser conhecido como Higino e se tornou ponta-direita. ?Eu jogava ao lado do Gabardinho, que era centroavante, e do Pizatinho, na ponta-esquerda. Era um grande trio de ataque. Com a gente não tinha chutão, era só bola no pé?, lembra seu Higino, às vésperas de completar 90 anos, no próximo dia 26.

A longa carreira no Cori fez Higino deixar de lado suas tendências palestrinas, e foi a paixão alviverde que ficou de legado para o filho Homero.

E mais uma vez, o nome da família entrou para a história do clube. Homero é um dos autores do hino oficial do Coxa, ao lado de Cláudio Ribeiro. ?Quando ganhamos o concurso que escolheu o novo hino, foi uma das grandes emoções da minha vida. Era dia 18 de setembro e o resultado só saiu na madrugada do dia 19, que é meu aniversário?, conta. ?Meu sonho é ver toda a torcida cantando o hino no estádio. Gostaria muito que o pessoal da Império cantasse.?

O Cori foi generoso com Homero, que acompanhou a época mais gloriosa do clube, nos anos 70. ?Minha grande alegria foi ver o Zé Roberto jogar. Para mim, foi o maior jogador de todos os tempos?, diz. A retribuição não veio só com o hino. Homero também deu ao clube dois novos coxas-brancas: os filhos Cristiano, 32 anos, e Juliano, 30. ?Quando a gente era criança, entrava como mascote no gramado do Couto?, conta Cristiano.

Na memória dos irmãos, a maior conquista do clube está guardada com todo carinho. ?Nunca vamos esquecer o Campeonato Brasileiro de 1985. Fomos a todos os jogos aqui. Na final, fizemos uma bandeira gigante e fomos comemorar na Marechal?, lembra Juliano.

Sobre o futuro do Cori, os Réboli têm esperança que seja melhor do que o momento atual. Mas de uma coisa todos têm certeza. A próxima geração da família será, obviamente, coxa-branca.

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