“Novo” Paraná Clube precisa de ajustes

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Beto foi o único volante.

O time pode estar distante do ideal, mas a primeira vitória no campeonato paranaense deu novo ânimo ao elenco tricolor. O técnico Paulo Campos elogiou a doação dos atletas e vê uma evolução gradativa do "novo" Paraná Clube. Preferiu não enfatizar os erros cometidos frente ao União Bandeirante, assegurando que as devidas cobranças serão feitas internamente. Nesse clima, o Tricolor se prepara agora para encarar o Cianorte, amanhã, às 16h, no Pinheirão.

Até mesmo jogadores que não vivenciaram o drama do clube nos dois últimos estaduais reconhecem que a ausência de vitórias já começava a gerar intranqüilidade. "Levamos um susto na primeira rodada. Mas, agora, chega de sufoco", disse o zagueiro Émerson. "Estamos em evolução, mas há muito o que corrigir". Émerson destacou a importância do grupo saber absorver o resultado sem acomodação. "A vitória não pode ser enganosa", comentou. Para o zagueiro, a mudança do esquema de jogo não foi decisiva para a vitória.

O capitão Beto concorda. "O mais importante foi a evolução física", lembrou. Para o volante, o time não esteve tão "amarrado" como em jogos anteriores. "Nas primeiras rodadas, ainda estávamos nos ressentindo do pouco tempo para treinamento com bola." Se o Paraná teve três zagueiros frente ao União Bandeirante, contou com apenas um volante. Mesmo assim, quem realizou a função foi Beto – que até então atuava como segundo volante. "Mesmo com três zagueiros, sofremos três gols. É sinal de que ainda há pontos a acertar, mesmo que dois desses gols tenham ocorrido em lances acidentais", justificou Émerson.

O técnico Paulo Campos define no treino desta manhã a equipe que enfrenta o Cianorte. Não antecipou que estratégia irá aplicar, mas a tendência é a manutenção do 3-5-2. A única mudança poderá ser na meta. Flávio treinou ontem e hoje passa por um teste definitivo. Ele não participou da última jornada devido à uma lesão no polegar esquerdo. "O local desinchou, mas a última palavra será do jogador", disse o médico Rafael Kleinschmidt. O preparador de goleiros Jair Leite prefere ver a condição de Flávio no teste, uma vez que o goleiro passou a semana em tratamento e sem treinar.

Mesmo em busca de uma nova equipe-base, Paulo Campos deixa claro que isso não significa que irá insistir na mesma formação. "O processo de reformulação é gradativo. Se sentir que há necessidade de mudança, ela ocorrerá sem maiores problemas", avisou. Uma das possibilidades seria a entrada de Marlon no ataque.

Tricolor ensina o ABC da ressuscitação a funcionários e CT

Além de submeter todos os seus atletas a rigoroso acompanhamento médico – que além dos tradicionais testes físicos passaram por baterias de exames cardíacos – o Paraná Clube também quer minimizar a possibilidade de que incidente como o que vitimou o zagueiro Serginho (do São Caetano), se repita. Funcionários e integrantes da comissão técnica receberam ontem orientações básicas sobre o procedimento a seguir no atendimento de uma pessoa com suspeita de parada cardiorrespiratória.

Durante mais de uma hora, o médico Augusto Franco de Oliveira – do Hospital do Coração – deu dicas, explicou detalhadamente cada passo e trocou informações sobre o ABC da ressuscitação cardiopulmonar. "É importante que se criem brigadas que saibam lidar com uma situação como essa. Mas, com noções básicas já é possível salvar vidas", ressaltou. Para o dr. Augusto, o mais importante é que se tenha discernimento para uma avaliação da situação. "É preciso controlar emoções para compreender o que está acontecendo. Esse é o primeiro passo."

Para vencer essa "corrida contra o tempo", há um protocolo a ser seguido. Relativamente simples, mas que nem todos médicos têm conhecimento. "Para situações assim, especialistas em primeiros socorros são mais eficazes", assegurou. Augusto Franco fez sérias restrições ao procedimento seguido pelos "especialistas" do São Caetano no atendimento a Serginho. "O caso ganhou repercussão por ser num evento com transmissão ao vivo, pela tevê. Mas a situação negativa trouxe à tona um tema até então negligenciado."

O dr. Augusto explica que os passos a se seguir são os mesmos aqui, nos Estados Unidos ou na Europa. "Esta abordagem primária permite que se traga de volta à consciência, através de respiração boca a boca ou compressões cardíacas, uma pessoa vítima de colapso", comentou. "Os passos devem ser repetidos até a chegada de um serviço especializado." Além da aula teórica, o médico deu explicações práticas com o uso de um boneco – batizado de "Ressusci Anne" – para que cada detalhe fosse melhor visualizado.

O departamento médico do Paraná Clube, chefiado por Mothy Domit, está viabilizando a aquisição de desfibriladores. "O ideal é que tenhamos um kit com todos os equipamentos necessários à beira do gramado", comentou. Através da parceria com o Hospital do Coração, o DM do Tricolor viabilizou toda a bateria de exames dos seus atletas, sendo que alguns – nomes não foram citados – precisaram de avaliações mais detalhadas para que houvesse total certeza da condição cardíaca de cada jogador.

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