Negociação “melou” e Borges deve continuar no Paraná

Borges na…Vila Capanema? A transação com o Betis, ao que tudo indica, ?melou? e o jogador foi orientado pela diretoria do Paraná Clube a voltar aos treinamentos na tarde de hoje. Os empresários que tentavam viabilizar a transferência do atacante para o futebol espanhol também se mostram descrentes na venda do atleta, em mais um capítulo de uma história cheia de facetas. À margem desse processo, o clube já vê com maior clareza a possibilidade de Borges permanecer no Tricolor até o final do Brasileiro.

Todo o imbróglio teve início quando Borges, orientado pelo empresário Márcio Rivellino, pediu para não enfrentar o Goiás, pois a negociação com o Betis estava a pique de ser concluída. Só que enquanto a delegação seguia para Goiânia, o presidente José Carlos de Miranda se reunia com Rivellino e os proprietários da LA Sports, parceira comercial do Paraná. A suposta proposta não foi confirmada em documento. ?Valores

foram citados, mas tudo verbalmente?, revelou Miranda.

De lá para cá, a diretoria tricolor não recebeu mais nenhuma posição oficial sobre o assunto. ?Parece que ficou o dito pelo não dito?, disse o presidente paranista. Luiz Alberto Martins de Oliveira Filho e Rogério Bozzi Filho sustentavam, até quarta-feira, que o maior obstáculo era a ?corrida contra o tempo? para que todos os trâmites legais fossem realizados até a data limite de 31 de agosto, quando se encerra o prazo para registros de atletas no mercado europeu. O problema era maior.

Para se entender o processo, Borges teria que viajar para Sevilha, onde passaria pelos exames médicos de praxe. Depois disso, o clube teria que efetuar o depósito financeiro para só então receber a liberação dos documentos do atleta.

O passo final seria o registro do atleta na federação espanhola. Só que nem o primeiro passo foi dado. Borges, ainda ontem estava em Curitiba e os empresários deixavam transparecer, em meias palavras, que o negócio estava emperrado.

Mais um indício de que o Betis recuara da transação foi o fato da notícia sobre a contratação de Borges ter sido retirada do site oficial do clube espanhol. À noite, Luiz Alberto confirmou que a transação está seriamente ameaçada. ?Haverá uma reunião definitiva na manhã desta sexta-feira, na Espanha?, disse Luiz Alberto. Isso ocorrerá por volta das 16h (horário brasileiro) e só então será possível definir o destino de Borges. Mas, Luiz Alberto não fez rodeios e admitiu que já considera muito grande a possibilidade de Borges continuar vestindo a camisa do Paraná Clube.

Papo de Lori começa a mudar

Pela segunda rodada consecutiva o Paraná deixou escapar a possibilidade de assumir a liderança do Brasileiro. Um fator que não trouxe maior incômodo à comissão técnica. Para Lori Sandri, seu time vem obtendo uma média que lhe permite projetar sonhos mais ambiciosos. Ao atingir a sua maior série invicta em campeonatos brasileiros – dez jogos -, o Tricolor também confirmou neste mesmo período a média de dois pontos por partida.

?É média de campeão?, disparou o treinador, deixando escapar um otimismo que até então ele vinha guardando ?a sete chaves?. Mas, na frase seguinte, Lori Sandri já retomou a sua linha de ação, lembrando que ainda faltam dez pontos para que o Paraná atinja a sua primeira meta neste Brasileiro: assegurar matematicamente sua presença na Série A do ano que vem. ?Estamos bem próximos e daí podemos alçar vôos mais altos. Temos time para isso e os números mostram isso.?

Com o empate em Goiânia, o Tricolor se igualou ao Corinthians como as equipes com melhor desempenho na condição de visitante. O time de Lori Sandri conquistou 57,6% dos pontos disputados fora de casa, um ótimo indicativo para quem disputará mais quatro jogos consecutivos distante de sua sede. Serão dois jogos em Maringá (São Paulo e Palmeiras), um em Caxias do Sul (Juventude) e outro em Campinas (Ponte Preta). ?É um momento ainda de muita dificuldade. É melhor pensar num obstáculo de cada vez?, prega Lori.

Desta forma, a atenção de todos está voltada para o São Paulo, tricampeão da Libertadores e em momento delicado no Brasileiro, não conseguindo sair da zona de rebaixamento. O Paraná vai para este jogo disposto a conquistar sua primeira vitória em Maringá, onde o clube já encarou Corinthians (2×3) e Santos (1×1).

O técnico Lori Sandri terá que mexer no time, pois não poderá contar com três titulares: Flávio (lesionado)

e Beto e André Dias (suspensos). Sem o Pantera, o técnico deverá escalar Darci com a camisa 1, mas não deu pistas em relação à formação de meio-de-campo e ataque. Para o lugar de Beto -sem mexer na estrutura tática -Lori teria Xaves e Goiano. Já no ataque, Rafael Akai pode fazer sua estréia.

Diretoria descarta Paulo Rink

O Paraná Clube segue sua busca por reforços, mas a diretoria negou com veemência qualquer interesse pelo experiente centroavante Paulo Rink, 32 anos. ?Não sei de onde esse nome surgiu. Ele nunca foi sequer cogitado por nós ou pela comissão técnica?, disse o vice de futebol José Domingos. ?O perfil que buscamos é outro?, assegurou, mesmo reafirmando que o Tricolor poderia trazer um jogador ?de impacto? e que viria do exterior.

Faltando pouco menos de um mês para o fim do prazo para novos registros, o Paraná ainda busca mais quatro jogadores para fechar o seu elenco. Um deles é o zagueiro Roni, do Caxias. O nome foi indicado por Lori Sandri e a transação deve ser concluída no início da próxima semana. ?Precisávamos trazer um jogador para recompor este setor, pois o Fernando Lombardi se transferiu para a Europa?, explicou Domingos.

A diretoria vai esperar o desenrolar das próximas rodadas da Série B, onde há jogadores que interessam ao Paraná. ?Só que a concorrência é grande e por isso não dá para ficar abrindo o jogo?, comentou José Domingos. Um dos nomes que o clube não conseguiu despistar foi o de Wando, atacante do Vila Nova e um dos jogadores de maior destaque no futebol goiano. ?O Vila Nova ainda está envolvido com a Série B e se eles se classificarem, a transação será inviável?, explicou o dirigente.

Nas contas da comissão técnica, o clube precisa de um zagueiro – no caso, Roni – um meia-de-criação e dois atacantes.

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