Na superação, Coritiba vira e põe um pé na final

"Um, dois, três, o Coxa é freguês." A frase, cantada a plenos pulmões pela torcida do Iraty, deve ter doído na alma coxa-branca. E o ?já ganhou? do Azulão foi fatal.

Com raça, o Coritiba buscou um resultado que parecia perdido, virou a partida para 3×2 no estádio Emílio Gomes e deu um grande passo para a classificação à final do campeonato paranaense. Com o resultado, o Cori pode empatar na partida de domingo. Foi a vitória da superação dos problemas, dos erros táticos e da pressão adversária.

Um dos símbolos do Coxa foi o goleiro Fernando. Ele foi para o sacrifício e, mesmo com dores nas costas, conseguiu ser um dos melhores da equipe. E teve que passar por apuros, já que o Iraty pressionou bastante. E, empolgado, o time da casa abriu espaços desde o início do jogo – e aos 4 minutos o Cori abriu o placar com Marciano, que cabeceou de forma estranha e acabou encobrindo Emerson.

Dali em diante, o Azulão partiu como nunca para a frente. O técnico Gilberto Pereira fez duas alterações, colocando atacantes e tentando armar um xeque-mate em Antônio Lopes. O Delegado tentou a resposta tirando Rafinha, que já tinha cartão amarelo, e colocando o zagueiro Alexandre. O 3-5-2 alviverde ficou capenga, já que Luís Carlos Capixaba sofria para conter os avanços do adversário.

E a pressão dos donos da casa foi tanta que, no início do segundo tempo, a virada era inevitável. E ela veio com dois erros de Flávio: no primeiro, ele ?furou? e Tiago ficou livre; no segundo, ele perdeu a jogada para Alexandre e obrigou Capixaba a cometer pênalti, que o mesmo Tiago cobrou, virando o jogo e passando a ser o artilheiro do paranaense, com dez gols.

Aí apareceu outro símbolo coxa: Rubens Júnior, que era o jogador mais aguerrido do Cori. Ele passou a ser um atacante pela esquerda, empurrando o time para o ataque. Lopes, corrigindo o erro que cometera, colocou Jackson na direita e Luís Carlos na frente – retornando Capixaba para o meio, fator decisivo para a virada dos visitantes.

Outro ponto fundamental foi a soberba do Iraty. Os jogadores começaram a tentar jogadas enfeitadas, passes de calcanhar e dribles mirabolantes. Além da torcida. E bem na hora do "um, dois, três, o Coxa é freguês", Wesley derrubou Marciano na área. Miranda cobrou o pênalti e empatou. Ali o Coritiba resolveu o jogo, minando a euforia do Azulão e sobrando fisicamente. Mais um pênalti, de Emerson em Nunes, sacramentou a vitória. A cobrança foi do terceiro símbolo alviverde do dia, Capixaba, que personificou os noventa minutos do time: sofrido, com falhas, mas vibrante e vencedor.

CAMPEONATO PARANAENSE
Semifinal – Jogo de Ida
Em campo
Local: Estádio Emílio Gomes, em Irati
Árbitro: Henrique França Triches
Assistentes: Ildefonso Trombeta e Carlos Braatz
Gols: Marciano 4 do 1º; Tiago 8 e 10 do 2º, Miranda 35 e Luís Carlos Capixaba 46 do 2º
Cartões amarelos: Miranda, Rafinha (CFC)
Renda e público: não divulgados

IRATY 2×3 CORITIBA

Iraty
Emerson; Renaldo, Édson Borges, Nelinho e Wesley; Nilson, Emanuel (Giancarlo, depois Fernando Mello), Élton e Joel (André); Tiago e Alexandre. Técnico: Gilberto Pereira

Coritiba
Fernando; Rafinha (Alexandre), Flávio, Miranda e Rubens Júnior; Reginaldo Nascimento, Capixaba, Marquinhos (Luís Carlos) e Rodrigo Batatinha (Jackson); Nunes e Marciano. Técnico: Antônio Lopes

Iraty critica Triches. Coxa defende

O medo das autoridades e das diretorias de Iraty e Coritiba era de confrontos entre torcedores. Mas o trabalho preventivo (o excesso de zelo fez com que os ônibus saídos de Curitiba chegassem com o jogo já em andamento) e a atitude das torcidas fez com que os problemas fora de campo fossem mínimos. Em contrapartida, dentro de campo o técnico do Iraty, Gilberto Pereira, partiu para cima do árbitro Henrique França Triches, reclamando dos dois pênaltis marcados a favor do Cori – apesar de ele mesmo ter reconhecido que as marcações foram corretas.

"Não haviam marcado nenhum pênalti para o Coritiba até agora", atirou o treinador do Azulão. Ele foi de dedo em riste a Triches, iniciando uma confusão que culminou na troca de empurrões entre um repórter local e o representante da partida, além de garrafas jogadas na direção dos assistentes Ildefonso Trombeta e Carlos Braatz. A ira da torcida local, que tentou invadir o vestiário do juiz, acabou se voltando à imprensa de Curitiba – o carro que conduzia o repórter fotográfico de O Estado Walter Alves foi atacado com chutes e pedradas e teve o vidro traseiro quebrado.

Gilberto Pereira fez mais críticas a Triches. "O Coritiba tem um bom time, muita qualidade e não precisa de ajuda", reclamou o treinador do Azulão, que chegou a dizer que Antônio Lopes "botou pressão" na arbitragem. Questionado sobre isso, o Delegado preferiu não polemizar. "Está tudo certo. Vamos respeitar o que o Gilberto falou", minimizou o treinador.

Torcida dá exemplo. Já os cartolas…

O medo das autoridades e das diretorias de Iraty e Coritiba era de confrontos entre torcedores. Mas o trabalho preventivo (o excesso de zelo fez com que os ônibus saídos de Curitiba chegassem com o jogo já em andamento) e a atitude das torcidas fez com que os problemas fora de campo fossem mínimos. Em contrapartida, dentro de campo o técnico do Iraty, Gilberto Pereira, partiu para cima do árbitro Henrique França Triches, reclamando dos dois pênaltis marcados a favor do Cori – apesar de ele mesmo ter reconhecido que as marcações foram corretas.

?Não haviam marcado nenhum pênalti para o Coritiba até agora?, atirou o treinador do Azulão. Ele foi de dedo em riste a Triches, iniciando uma confusão que culminou na troca de empurrões entre um repórter local e o representante da partida, além de garrafas jogadas na direção dos assistentes Ildefonso Trombeta e Carlos Braatz. ?Eu não vi nada de diferente?, afirmou o árbitro. A ira da torcida local, que tentou invadir o vestiário do juiz, acabou se voltando à imprensa de Curitiba – o carro que conduzia o repórter fotográfico Walter Alves, da Tribuna, foi atacado com chutes e pedradas e teve o vidro traseiro quebrado.

Gilberto Pereira fez mais críticas a Triches. ?O Coritiba tem um bom time, muita qualidade e não precisa de ajuda?, reclamou o treinador do Azulão, que chegou a dizer que Antônio Lopes ?botou pressão? na arbitragem. Questionado sobre isto, o Delegado preferiu não polemizar. ?Está tudo certo. Vamos respeitar o que o Gilberto falou?, minimizou o treinador, que comemorava o nascimento da neta Marina.

Para o Coritiba, o que ficou foi a ajuda da torcida e a expectativa da classificação para a final. ?Eu estou muito satisfeito pelo resultado. O Coritiba jogou muito bem e conseguiu uma ótima vitória sobre um bom adversário. E não está nada ganhou, o Iraty não vai ao Pinheirão por brincadeira?, afirmou o presidente Giovani Gionédis. ?Qualquer decisão de campeonato é assim, um jogo disputado e complicado?, completou o vice-presidente André Ribeiro.

A partir de hoje, os ingressos para a partida de domingo, às 15h50, já serão vendidos. O preço volta ao valor habitual de R$ 15,00 para as cadeiras inferiores – as superiores custarão R$ 30,00. A partida terá a arbitragem de Evandro Rogério Roman, assistido por Ildefonso Trombeta e Everson Veneton Teixeira.

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