Adeus, Série A

Na Série B, Furacão vai encarar outra realidade

A Série B 2012 virá com uma geografia bem diferente em relação à edição deste ano. Com menos paulistas e mais mineiros e catarinenses, a competição terá um número menor de clássicos. Porém, ganha a inclusão do Atlético, que após 16 anos na Primeira Divisão, terá de se adaptar a uma nova realidade. A primeira delas é trocar o “glamour” da Série A pela competitividade e o equilíbrio da Segundona, onde quase sempre um grupo coeso e “raçudo” vale mais do que a técnica.

Enquanto na Primeira Divisão os jogos ocorrem nos principais estádios do País, na Série B a logística é diferente. Não bastassem as viagens mais longas, com direito a seis voos para o Nordeste, há ainda os deslocamentos terrestres. Some-se a isso o fato de que muitos estádios são acanhados e com gramados que não oferecem as mesmas condições técnicas daquilo que se vê na Série A.

No Nordeste, por exemplo, dois jogos merecem alguns cuidados especiais: contra o ASA e o América-RN. Em Alagoas, além da viagem para Maceió, os clubes ainda precisam encarar mais duas horas de ônibus até Arapiraca (130 quilômetros). Isso, somado às condições do Fumeirão, o que talvez justifique porque o time alagoano vem conseguindo se manter na Série B basicamente com os pontos conquistados em seu alçapão.

Já no caso do América-RN, com o Machadão demolido para dar lugar à Arena das Dunas, o time, que subiu da Série C para a B neste ano, pretende continuar utilizando o estádio Nazarenão, em Goianinha. A cidade, na microrregião do litoral sul do Rio Grande do Norte, fica a 60km de Natal, numa viagem estimada de pelo menos 1h de ônibus. O estádio, na atual temporada, teve sua capacidade ampliada às pressas para dez mil lugares para atender às necessidades do América, que por conta da rivalidade ficou impedido de utilizar o Frasqueirão (do ABC).

Além desses pontos críticos, o Atlético também terá pela frente os jogos no interior paulista (Bragança Paulista, Guaratinguetá e Campinas) e mineiro (Varginha e Ipatinga). Em resumo, mais estradas, mais aeroportos e mais pressão. Ingredientes que talvez justifique porque clubes tradicionais como Vitória, Goiás e Paraná sigam penando na Segundona. Na prática, nem sempre montar um bom time é receita para o sucesso e para o retorno à Primeira Divisão nacional.