Na ginástica de base, é preciso persistência

Quem ouve falar na Confederação Brasileira de Ginástica, sediada em Curitiba, lembra de atletas como Daiane dos Santos, Daniele Hypólito, Diego Hypólito e, mais recentemente, Laís de Souza. Todos se destacaram mundialmente e trouxeram glórias e medalhas ao País. Mas não é só de estrelas que vive a CBG – nos ginásios cedidos pelo governo do Paraná, situado no Centro de Capacitação Esportiva, no bairro do Tarumã, em Curitiba, são vários ginastas que se dedicam e treinam em busca de um lugar ao sol.

Deise Mercer, professora da confederação, responsável pela pré-equipe nacional, ressalta como é difícil destacar-se na ginástica. Ela aponta o processo como um funil. "Cerca de 500 crianças treinam na escolinha da CBG, mas apenas cinco ou seis são escolhidas para a pré-equipe."

As atletas que fazem parte desse grupo têm até oito anos e algumas são selecionadas para participar de grandes campeonatos. "É provável que três dessas meninas alcancem destaque no esporte", afirma Deise. Entre elas, o ponto em comum é o gosto pela ginástica e a vontade de continuar o treinamento, apesar das dificuldades.

Algumas atletas que já fizeram parte da pré-equipe, hoje treinam para competir pela primeira vez. É o caso da pequena Anne Caroline Vieira, de 8 anos. Ela irá participar do campeonato brasileiro este ano, na categoria pré-infantil. Anne conta que já pensou em desistir do esporte. "Tinha medo de me machucar e de errar em alguma competição. Também não gosto de levar bronca, e não queria que a professora brigasse comigo."

Hoje, a jovem atleta está mais confiante. Ela revela que seu maior sonho é participar das olimpíadas. Como inspiração, procura seguir os passos das três ginastas que mais admira: Daiane, Daniele e Laís. "Eu gosto delas porque são grandes atletas e também são muito legais."

Quem se encontra na mesma situação de Anne Caroline é a ginasta Carolina Romanó, de 9 anos. Ela também irá participar do brasileiro desse ano, e como a colega, já pensou em desistir do esporte. "O treino era puxado e eu estava muito cansada. Também tinha medo de competir e errar", revela. Hoje ela sonha em fazer parte da seleção e ser professora de ginástica no futuro.

A treinadora Deise Mercer afirma que a confederação faz a sua parte para evitar desistências. "Nós tentamos de tudo para que as atletas continuem treinando. Quando alguém pensa em desistir, oferecemos um tempo para que ela descanse e pense melhor. Infelizmente, nem sempre conseguimos fazer com que mudem de idéia."

Assim como Anne e Carolina, outras ginastas continuam a buscar reconhecimento e prestígio. Apesar das dificuldades, procuram inspiração em quem já chegou ao topo. Com dedicação e apoio, podem surpreender e despontar no cenário nacional.

Contato

A Escolinha da Confederação Brasileira de Ginástica oferece aulas para crianças a partir de 4 anos. Para estudantes de escola pública, a taxa de matrícula é R$15 e a mensalidade é R$17. Já para alunos de escolas particulares, a matrícula é R$ 35,00 e a mensalidade é R$ 37,00. As aulas têm uma hora de duração, duas vezes por semana. O telefone da CBG é 3266-8990.

(*especial para O Estado)

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