Momento do Paraná Clube traz boas lembranças ao torcedor tricolor

As recentes vitórias têm mexido não apenas com o coração dos torcedores paranistas. O estilo guerreiro e as atuações convincentes agem diretamente na memória da galera, que vê no atual time muitas similaridades com outro “escrete tricolor”, marcado por vitórias e conquistas.

É claro que qualquer avaliação, hoje, pode soar como prematura. Mas -guardadas as proporções (é bom que se frise) – o Paraná Clube montado para esta Série B tem muito do time campeão de 93 e que fez bonito também no Brasileirão daquele ano.

O “clic” para estas comparações veio no inusitado lance que originou o primeiro gol da vitória sobre o Santo André (3×0), na última terça-feira. O ala André Luiz mandou arremesso manual na cabeça de Leandro Bocão e dali a bola foi para o gol.

O time de 93, também recorria com frequência a esta arma, aproveitando a força do zagueiro Gralak. Este, chegou até a marcar gol desta forma. Em Umuarama, numa noite de 6 de março, Gralak jogou a bola na área e o goleiro Tide tocou para as redes. Gol contra (já que a regra não permite gol em lateral), o segundo na goleada por 5×0.

Allan Costa Pinto
André Luiz utiliza este recurso.

Este, porém, não foi o único lance em que o Paraná tirou vantagem do arremesso potente do zagueiro. Muitos gols dos artilheiros Adoílson, Claudinho e Tiba, naquele ano, surgiram de arremessos manuais.

André Luiz garante que não se espelhou em ninguém para buscar essa jogada. “Na verdade, foi o técnico Lio (Evaristo), quem me incentivou”, lembra o jogador, que à época atuava nos juniores do Atlético-PR.

“Já havia utilizado isso na Libertadores, onde a bola era mais leve”, disse André Luiz. “Só que agora, tô pegando o jeito. Tenho conversado mais com os atacantes e ter um jogador de referência como o Bocão, ajuda”.

O arremesso manual, no entanto, não é a única “conexão” entre o Paraná de hoje e o do passado. A exemplo de 93, o “novo” Tricolor possui, por exemplo, um goleiro eficiente e discreto. E que, para completar, pega pênaltis (no Paranaense e na Copa do Brasil, foram quatro defesas).

Alguém aí lembrou de Régis? De quebra, o Paraná ainda conta com um João para ditar o ritmo do meio-de-campo. O versátil João Paulo é peça-chave no esquema de Marcelo Oliveira, assim como o inesquecível João Antônio era para o time comandado por Levir Culpi. Frente ao Ramalhão, o volante fez um golaço de três dedos, digno do “mestre João”.

Por fim, o Paraná versão 2010, tem no banco de reservas o mineiro Marcelo Oliveira. Para os mais próximos, ele é uma espécie de “mistura” entre o gaúcho Otacílio Gonçalves e o paranaense Levir Culpi, dois dos mais consagrados técnicos da história do Tricolor, supercampeão da década de 90.

Com todos esses predicados, o Tricolor corre atrás de sua redenção, acalentando o sonho de seu torcedor, de novamente integrar a elite do futebol brasileiro. Se as comparações são justas, só o futuro – mais precisamente 35 jogos, a contar de amanhã – dirá.