Mistão do Brasil só empata

Roberto Candia/AP
Reservas sentiram
os efeitos da altitude de
La Paz e não jogaram bem.

La Paz – Carlos Alberto Parreira optou por poupar a maioria dos principais jogadores da seleção brasileira do sacrifício de jogar em La Paz. Queria aproveitar a partida nos 3.600 metros da capital boliviana, fazer mais algumas observações e definir o time que vai à Copa do Mundo. Sorte do treinador que ele já escolheu a grande maioria dos atletas que irão à Alemanha. Do contrário, ficaria com dor de cabeça. A atuação da seleção no empate por 1 a 1 com a Bolívia, ontem à tarde, foi sofrível.

Com a igualdade, o Brasil chegou aos 31 pontos nas eliminatórias sul-americanas. Na quarta-feira, encerra sua participação enfrentando a Venezuela, em Belém, e vai ter como estímulo tentar tirar da Argentina o primeiro lugar na classificação.

Jogar na altitude é complicado, atestam médicos, preparadores físicos e os próprios atletas. Mas os brasileiros, que chegaram a La Paz cerca de duas horas antes do início da partida, bem que poderiam ter se esforçado um pouco mais. A opção, no entanto, foi por um jogo excessivamente cadenciado (lento, em bom português), sem grande preocupação em atacar um adversário horroroso – tanto que é o lanterna das eliminatórias.

No primeiro tempo, a seleção ainda apresentou bons momentos em arrancadas de Robinho e algumas boas jogadas de Juninho Pernambucano. E foi justamente este o caminho encontrado para chegar ao gol. Aos 24 minutos, o ex-santista sofreu falta de Galindo perto da área. Juninho cobrou com categoria, a bola bateu na trave, no goleiro Arias e entrou.

Mas a seleção pouco fazia de produtivo. Os laterais não apoiavam (Cicinho, aliás, fez uma partida simplesmente horrível, chegou a dar uma bolada em Alex e errou até cobrança de lateral). O meio-campo não armava jogadas, a bola normalmente ia direto da defesa para o ataque, mas os chutões sempre acabavam nos pés dos bolivianos. E as bolas alçadas pelos adversários na área brasileira eram, como sempre, um deus-nos-acuda.

Ainda assim, o Brasil terminou a etapa em vantagem. Até porque Júlio César fez duas grandes defesas seguidas, aos 31 e 32 minutos, numa cabeça de Hoyos e num chute de Baldivieso.

Na etapa final, porém, não teve jeito. Logo aos quatro minutos, Pachi levantou bola longa na área do Brasil e Botero ajeitou de cabeça para Castillo bater forte, sem defesa para Júlio César: 1 a 1. No lance, falharam Cicinho, pois Botero cabeceou nas suas costas, Luisão e Roque Júnior, mal colocados.

Aos 13 minutos, Parreira colocou Alex e Gustavo Nery. Mas eles poucos apareceram, comprometendo as observações do treinador. No fim, um empate justo pelo pouco futebol apresentado pelas equipes.

Belém

Já estão esgotados os 43 mil ingressos colocados à venda para o jogo da seleção brasileira contra a Venezuela, quarta-feira, no estádio do Mangueirão, em Belém. A expectativa é grande para ver o time comandado por Carlos Alberto Parreira, que deixou La Paz ontem à noite em um vôo fretado para desembarcar no Pará durante a madrugada de hoje.

A seleção realiza um treino amanhã, no Mangueirão. Os portões serão abertos ao público e a expectativa é de que 25 mil pessoas lotem as arquibancadas para ver os craques brasileiros de perto. O ingresso é um quilo de alimento.

Defesa voltou a bobear

La Paz – Não foi por falta de aviso. No intervalo do jogo, ontem, em La Paz, o técnico Carlos Alberto Parreira já alertava o setor defensivo da seleção brasileira para a principal jogada da Bolívia. ?A bola alçada é uma jogada que sempre precisa ter um cuidado especial?. Mas não adiantou. Em quatro minutos, Castillo recebeu livre de Botero e empatou para o time da casa.

Parreira elogiou a atuação do goleiro Júlio César. ?Ele foi decisivo, fez defesas difíceis no início do jogo?. Quanto ao meia Alex, não teve a mesma impressão. ?Ele rende mais quando entra para fazer o elo entre o meio-de-campo e o ataque, mas é preciso armar um esquema para ele?.

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