Missão de Afonso é recuperar arbitragem

A arbitragem do Paraná tem um novo comandante. Afonso Victor de Oliveira tomou posse ontem, na sede da Federação Paranaense de Futebol, como presidente da comissão de arbitragem da entidade. Oliveira foi um dos maiores árbitros do futebol paranaense, com 546 jogos profissionais em 26 anos de carreira. Agora, tem uma dura missão pela frente: recuperar a credibilidade da classe, fortemente abalada após diversas denúncias de corrupção e manipulação de resultados, que ficaram conhecidas como ?Caso Bruxo?.

A difícil tarefa parece não assustar Oliveira. ?É uma responsabilidade muito grande. Mas a vida é feita de desafios e este é mais um. Não mediremos esforços para resgatar o mais rápido possível a credibilidade da classe e a confiança dos árbitros. O futebol já me deu muita coisa e chegou a hora de retribuir?, disse o ex-árbitro à Tribuna.

Além do presidente, a comissão é formada pelo vice José Carlos Meger e pelos membros efetivos Gerson Baluta, José Amaral e Waldemar Henrique dos Santos. Todos são ex-árbitros, conforme determina o estatuto da Fifa.

Oliveira, que é contador aposentado, reside em Londrina. Porém ele garante que estará em Curitiba todas as quintas-feiras, para acompanhar os sorteios que definem as escalas de arbitragem. O antecessor de Oliveira, Valdir de Souza, mora em Francisco Beltrão e sua ausência nos sorteios causou polêmica durante as investigações do ?Caso Bruxo?. Mas Oliveira garante que isso não voltará a acontecer. ?Uma das condições para que eu assumisse era continuar morando em Londrina. Mas não vai haver nenhum problema. Estarei em Curitiba todas as quintas para acompanhar os sorteios. Qualquer coisa, o Meger e o Amaral moram na capital e estarão presentes?, diz.

A nova comissão só começa a elaborar as escalas a partir do ano que vem. Até lá, a tarefa fica a cargo da comissão provisória formada por Paulo César da Silva, Dilon Waldrigues e Henrique Mehl, que assumiram após o afastamento de Valdir de Souza.

Linha dura

A preparação física dos árbitros é uma das principais preocupações de Oliveira. ?Uma das armas do apitador é seu condicionamento físico. Mas os árbitros andam meio relaxados, alguns meio rechonchudos. Vamos apurar isso. Agora, os testes físicos serão de três em três meses?, avisa. As datas já estão marcadas. O próximo teste será em dezembro e, no próximo ano, em abril, agosto e novamente dezembro.

Além de mostrar condicionamento físico, os árbitros enfrentarão também um teste teórico. ?Queremos que os árbitros passem por uma reciclagem. Temos que dar chance para os mais novos. Nosso quadro é muito bom, mas precisa de mais preparo. Vamos cobrar isso?, garante Oliveira.

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