Ministério Público pode investigar ações de Iatauro e Gomyde na FPF

O complexo jogo político que envolve a eleição da Federação Paranaense de Futebol (FPF) chegou ao Ministério Público. Uma notícia-crime protocolada na Procuradoria Geral de Justiça pede investigação contra Rafael Iatauro e Ricardo Gomyde, candidatos a presidente e a vice da FPF. A acusação é de mau uso do dinheiro público.

A queixa é assinada por Waldir da Silva Rosa, nome desconhecido no meio esportivo, e está amparada por uma série de fatos e argumentos jurídicos. A tese é que Gomyde teria usado o cargo de presidente da Paraná Esporte (autarquia do governo estadual) com fins eleitoreiros. De acordo com a queixa, a Associação Paranaense do Esporte (APE) – entidade que representa os clubes da Suburbana – havia recebido em 2005 verba de R$ 40 mil, destinada ao pagamento de taxas de arbitragem e outros benefícios. Os pedidos seguintes não teriam sido atendidos, mas, em 3 de abril de 2008, a entidade foi agraciada com mais R$ 100 mil, com a mesma finalidade.

No dia seguinte, Gomyde participou de cerimônia ao lado de Iatauro, além de outros políticos e dirigentes esportivos, onde foi anunciada a liberação da verba. A queixa considera a divulgação da ajuda econômica como propaganda indireta da candidatura de Iatauro já que os beneficiários dos recursos são eleitores na Federação Paranaense de Futebol.

Como o ato envolveu dinheiro público, o noticiante sugere a instauração de inquérito policial pela suposta prática de crime de concussão (quando o agente público exige vantagem indevida). A legalidade da liberação do dinheiro não foi contestada.

Coincidência

Gomyde, que soube da notícia-crime através da reportagem do Paraná-Online, na terça-feira, atribui a acusação a ?politicagem de eleição?. Segundo ele, a verba para a APE já estava prevista no orçamento da Paraná Esporte. ?Todo ano acontece isso. Houve só uma coincidência de datas?, defendeu-se. Ele diz que não há vantagem eleitoral porque a distribuição do dinheiro aos clubes é feita pelo presidente da APE, Leonides Drevecki, diretor da FPF e aliado do candidato da situação Hélio Cury.

Iatauro classificou a queixa de ?bobagem?. ?Sei apenas que o Estado pagou convênio que já existia. E eu não faria nada de errado porque seria burrice. Não são R$ 100 mil que vão resolver o problema de ninguém?, declarou.

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