Times equilibrados

Mercado chinês e falta de grana prometem um Brasileiro sem ‘bicho papão’

A expectativa, pelo menos neste início de temporada, é de que em 2016 o futebol brasileiro será mais equilibrado, sem um ‘bicho-papão’. Atual campeão brasileiro, o Corinthians era o time a ser batido, mas o mercado internacional, principalmente o futebol chinês, enfraqueceu o clube paulista. Para o país asiático, foram embora os dois melhores jogadores do último Brasileirão, Jadson e Renato Augusto, o zagueiro Gil e o volante Ralf. Sem contar o atacante Vágner Love, que foi para o Monaco, da França.

Ainda assim, o Corinthians segue forte, ainda mais tendo Tite no seu comando. O treinador já provou seu potencial e pode reconstruir muito bem o elenco que tem em mãos.

Desta forma, dois clubes largam um pouco acima dos demais: Atlético-MG e Palmeiras. O Galo, vice-campeão nacional, manteve a base da temporada passada e ainda trouxe boas peças para compor o time, como o zagueiro Erazo, o meia Cazares e o atacante Hyuri.

Campeão da Copa do Brasil, o alviverde paulista segurou quase todos os titulares – exceto o zagueiro Jackson – e, assim como em 2015, foi ao mercado e contratou em abundância – foram oito reforços -. Sem contar que, desta vez, o técnico Marcelo Oliveira inicia o trabalho desde a pré-temporada. Quando teve a oportunidade de fazer isto, com o Coritiba e com o Cruzeiro, obteve sucesso.

Logo abaixo deles, aparecem também Grêmio e Santos. As duas surpresas da última temporada não fizeram contratações expressivas e acabaram perdendo boas peças, como Rafael Galhardo e Erazo pelos gaúchos, e Geuvânio e Marquinhos Gabriel no Peixe. Mas, ainda assim, a filosofia de trabalho foi mantida.

Incógnitas

Cruzeiro, Flamengo e São Paulo talvez sejam os maiores pontos de interrogação do ano. Em processo de renovação, o trio fez apostas diferentes, mas que os levam ao mesmo patamar. A Raposa tinha tudo para ser uma das favoritas, mas a saída do técnico Mano Menezes, também para a China, e a aposta no ex-atacante Deivid como treinador colocam dúvidas sobre o que o time pode apresentar.

O rubro-negro carioca foi atrás de Muricy Ramalho. A última passagem do técnico pelo São Paulo não foi animadora, mas o ano passado foi de estudos e o treinador, segundo ele mesmo, volta renovado.

No tricolor paulista, após um ano de crise política, é a hora de iniciar a era pós-Rogério Ceni. Sem seu principal líder em campo, o São Paulo recorreu a um antigo ídolo, o zagueiro Lugano, e a um técnico vitorioso no continente. Edgardo Bauza, embora não seja tão conhecido entre os torcedores, já tem duas Libertadores, uma pela LDU, do Equador, em 2008, e outra com o San Lorenzo, da Argentina, em 2014.

Surpresas podem surgir

Com boas campanhas no Brasileirão, Internacional e Sport também poderiam sonhar alto. Só que enquanto o Colorado não fez contratações de peso e vê um elenco sendo remodelado nas mãos de Argel, o time pernambucano sofreu um verdadeiro desmanche. A favor do Leão estão as boas contratações, como o chileno Mark González e o atacante Túlio de Melo.

Já o Fluminense mais uma vez fará uma aposta arriscada. Assim como em 2015, o time não tem dinheiro para contratações expressivas e teve que se desfazer de mais uma peça importante, desta vez o volante Jean, que foi para o Palmeiras. Resta confiar no bom técnico Eduardo Batista e na experiência de Diego Cavalieri e Fred, além da garotada.

Lá embaixo

Dos chamados grandes do Brasil, Vasco e Botafogo iniciam o ano muito abaixo em relação aos demais. A temporada vascaína deve ser um pouco mais tranquila pelo fato de disputar mais uma vez a Série B, onde é o grande favorito ao acesso. O bom trabalho do técnico Jorginho e a manutenção do meia Nenê podem ser o suficiente para um ano menos turbulento.

Ao contrário do Botafogo. Atual campeão da Série B, o time carioca retorna à elite como um daqueles que certamente brigará contra o rebaixamento. S,em dinheiro, o clube manteve, entre os destaques, o goleiro Jéfferson e teve que recorrer à América do Sul para poder fazer contratações baratas e torcer para que as apostas se tornem realidade.