Marizete corre atrás de vaga no Pan-Americano

Marizete de Paula Rezende viu a queima de fogos, na virada do Ano Novo, da cobertura do hotel onde estava hospedada, pertinho da Avenida Paulista, onde horas antes cruzara a linha de chegada para vencer a última prova do ano.

A goiana, de 28 anos, que foi a campeã da corrida feminina da São Silvestre, viveu ontem o seu primeiro dia de glória sem ainda ter tempo para pensar em tudo o que ocorreu. Foi para a cama à 1 hora e dormiu pesado, sem sonhar. Antes, ainda conversou, por telefone, com o pai Geraldo e a mãe Luzia – “perguntei se ninguém havia enfartado e eles disseram que foi o dia mais feliz da vida deles” – e recebeu congratulações do “prefeito Edinho e do secretário de Esportes Dicão, de Araraquara”.

Marizete é patrocinada pela Fundesport, organismo da Prefeitura de Araraquara, que recebe apoio, para o atletismo, da empresa de ônibus CTA. É o primeiro patrocínio da carreira de oito anos da atleta. Uma das nove filhas de uma família simples trabalhou desde menina – com 8, 9 anos, vendia doce, banana e pastel, nas ruas.

Marizete disse que treinou para a São Silvestre, especificamente, durante três meses, em Araraquara. Após a vitória na Maratona de São Paulo, em 2001, considera o pódio da São Silvestre o resultado mais importante de sua carreira. Ela espera que o título agora se reverta em mais patrocínios para continuar correndo. Em 2003 planeja obter o índice na maratona (a referência é 2h36min) – até maio fará uma corrida na Europa em busca do resultado.

Quer ser a brasileira mais rápida na prova e conquistar uma das vagas na delegação brasileira que irá aos Jogos Pan-Americanos de São Domingos. Seu melhor tempo, de 2h37min foi obtido em 2001, na Maratona de Porto Alegre.

Cheruiyot dá ao Quênia nova vitória na SS

Pela oitava vez nos últimos 11 anos, deu Quênia na prova masculina da São Silvestre. O brasileiro Marílson Gomes dos Santos bem que tentou reverter a hegemonia africana, ditou o ritmo da corrida por quase dez quilômetros, mas não resistiu, no final, ao queniano Robert Cheruiyot, que terminou os 15 quilômetros em 44min59s, sete segundos na frente de Marílson. Em terceiro, outro queniano, Paul Kirui. Emocionante, nos últimos metros, foi a chegada do quarto colocado, o etíope Sileshi Sihen, que por pouco não foi surpreendido pelo brasileiro Alan Wendel (5.º).

Marílson, de apenas 25 anos, quarto colocado na corrida do ano passado, fez uma prova tecnicamente perfeita e é uma promessa de bons resultados para o atletismo nacional. Exigiu tanto do vencedor Cheruiyot que o queniano chegou a passar mal logo depois de cruzar a faixa. O brasileiro ficou ainda na frente de grandes feras mundiais. Felix Limo, por exemplo, que chegou no Brasil de nariz empinado e ignorando os adversários, não figurou entre os dez primeiros.

Na subida da Brigadeiro, o queniano Cheruyiot disparou e ficou na frente do compatriota Kirui e de Marilson dos Santos, que pulou para segundo no 13.º quilômetro.

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