Marcos Aurélio é o grande destaque do Atlético

Quando Marcos Aurélio desembarcou no CT do Caju, em abril deste ano, muitos duvidaram de seu futuro como atacante do Atlético. Mas a desconfiança gerada por sua baixa estatura – 1,67 m – foi apenas um desafio vencido pelo mato-grossense de 22 anos.

Hoje titular do time do técnico Vadão, Marcos marcou no último sábado, contra o Santa Cruz, seu quinto gol com a camisa rubro-negra e já desponta como candidato a ídolo da torcida atleticana.

Em entrevista ao Paraná-Online, ele conta como foi sua carreira, as dificuldades que teve para vencer como jogador profissional e revela um sonho: disputar a Libertadores pelo Furacão.

Infância

?Quando criança, só ficava brincando na minha rua, em Cuiabá. Mas a partir dos 13 anos comecei a trabalhar na roça com meu avô e meu pai. Gostava muito de pescar no sítio, não tinha interesse em futebol. Quando fiz 15 anos, meu pai viu que eu tinha potencial e me colocou para jogar numa escolinha de futsal.?

No gramado

?O pessoal dizia que era muito habilidoso, rápido e tinha que ir para um time de campo. Fui para o Duque de Caxias, em 2000, e no primeiro campeonato juvenil que disputei, fomos campeões e eu, artilheiro, com 19 gols. Depois, joguei também o campeonato de juniores e de novo fui artilheiro, com 15 gols.?

Decepção

?Fui chamado para uma seleção de Cuiabá, para disputar um campeonato sub-17, no Rio de Janeiro. Fizemos uma boa campanha e chegamos até a semifinal, contra o Flamengo. Fui artilheiro, estava com nove gols. Mas o presidente do nosso time levou um jogador acima da idade e fomos desclassificados por isso. Fiquei muito desanimado. Falei que não iria mais jogar futebol e voltaria para a roça. Mas todos deram apoio e continuei jogando.?

Decolando

?Em 2001, surgiu uma oportunidade na Argentina. Fiquei três meses no Independiente. Eles queriam me contratar, mas meu empresário pediu dinheiro e acabei voltando para Cuiabá. Dessa vez não desanimei. Joguei novamente pelos juniores e de novo fui artilheiro. Daí fui para São Paulo e comecei a aparecer, em 2002. Levaram-me no Corinthians, fiz contrato lá e fiquei oito meses.?

Profissional

?Depois, fui para o União Barbarense (SP), onde subi para o profissional, disputar a Série C. Fizemos uma boa campanha. Mas optei por sair, conhecer novas equipes. Em 2005, fui para o Vila Nova (GO), disputar o estadual. Lá, fomos campeões, em cima do Goiás.?

Atleticano

?Voltei para São Paulo. Joguei no Ituano (SP), no Suzano (SP) e no começo deste ano fui para o Bragantino (SP), disputar o Paulistão. Fui o destaque e vice-artilheiro. Estive muito perto de ir para a Coréia, mas o Atlético já estava de olho em mim. Após um jogo contra o São Caetano, fiz dois gols e isso acabou concretizando minha vinda para cá. O pessoal já estava lá, falaram com meu empresário no estádio e fecharam a negociação. Vim muito feliz, porque a estrutura que o Atlético tem é uma das melhores do Brasil.?

Casamento

?Quando vim para cá, eu me minha mulher, Janaína, resolvemos nos casar. Ela está sempre do meu lado e me dá uma força muito grande. Ela sempre foi meu ponto forte. Todo gol que faço, dedico a ela. Tenho que agradecer muito, por ela estar sempre ao meu lado.?

Dificuldades

?No começo aqui, com o Givanildo (de Oliveira, ex-treinador rubro-negro), vivi um momento difícil. Ele não acreditava muito em mim, mas tinha uma força de dentro de mim que falava que era para continuar, ir em frente. A Janaína sempre me dava conselhos, dizendo para não desistir. Agora, com a chegada do Vadão, fui recompensado e estou tendo essa oportunidade de jogar e ajudar o Atlético.?

Futuro

?Todo jogador sonha em ir para Europa, em jogar na seleção. Mas meu sonho no momento é ajudar o Atlético cada vez mais, com muita garra e determinação. Espero continuar fazendo gols, para a gente subir na tabela e chegar à Libertadores. Conseguir isso no meu primeiro Brasileiro seria uma emoção muito grande. Sei que nosso time tem qualidade para isso.?

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