Tendo pela frente pouco mais de um terço da competição (17 jogos), o Paraná Clube parte para uma “corrida de recuperação”. O técnico Edu Marangon procurou aproveitar ao máximo as duas semanas sem jogos para aprimorar a forma física e a condição técnica do grupo, esperando a retomada do perfil vencedor do início do Brasileirão. O primeiro passo será o clássico deste domingo com sabor de revanche diante do Coritiba, às 16 horas, no Couto Pereira.
A comissão técnica não alterou seu objetivo final, mas para terminar o ano entre os melhores times do campeonato, preferiu trabalhar por etapas. A partir de hoje, avança de forma mais direta num trabalho motivacional voltado para o jogo do fim-de-semana. Edu Marangon não pretende processar profundas alterações estruturais no time, mas já trabalhou variações táticas que visam tornar sua equipe menos previsível.
Paralelamente a isso, espera que haja uma retomada da eficiência ofensiva, marca registrada da equipe no primeiro turno. Com várias goleadas aplicadas nos jogos disputados no Pinheirão, o Tricolor chegou a ter média de três gols/jogo, atuando em casa. Virou o turno com quase dois gols por partida (1,96). O Paraná busca, agora, recuperar a pontaria e a tranqüilidade para o “toque final”. Afinal, nos últimos seis jogos, foram apenas cinco gols marcados.
Mesmo não tendo conseguido repetir a mesma formação nas quatro partidas sob seu comando, Edu pouco mexeu no ataque e mesmo assim os gols rarearam. No returno, o quarteto ofensivo – Maurílio, Marquinhos, Caio e Renaldo – não esteve completo em duas oportunidades. Renaldo não jogou contra o Guarani e Marquinhos desfalcou o time diante do Bahia. “Não dá para explicar esta queda, mas creio que a fase vai mudar”, disse Renaldo, acreditando numa evolução do time a partir do bom trabalho de base desenvolvido desde o início da semana passada.
“O reflexo já foi sentido nos primeiros treinos com bola. Os jogadores estavam mais ligados e os coletivos foram de alto nível, com reservas brigando por seu espaço e titulares não querendo perder a vaga”, analisou Edu Marangon. “Com todos mobilizados, a tendência é um crescimento natural.” Mesmo com a carência de gols, o time atual tem a melhor média ofensiva de todos os tempos em campeonatos nacionais, superando a marca do ano passado, quando fez 1,48 gol/jogo.
Com 50 gols, o Paraná tem o quinto melhor ataque e uma média de 1,72 gol/jogo. “Mas, poderia ser melhor, pois chegamos a ter a segunda artilharia”, lembrou Marquinhos, o segundo principal goleador do time, com 11 gols marcados, dois a menos que Renaldo. O principal artilheiro traçou novo desafio pessoal. Renaldo quer terminar a temporada como o principal goleador do futebol paranaense, numa disputa direta com Ilan, do Atlético (também com 13 gols), e Marcel, do Coritiba (14).
Dúvida é entre Maurílio e Fábio Braz
Edu Marangon deve mesmo recorrer ao 3-5-2 para o clássico deste domingo. O novo esquema voltou a ser testado no treino tático de ontem pela manhã. A definição está diretamente ligada à situação do atacante Maurílio, que ainda não tem presença assegurada. Recuperado da lesão muscular sofrida na semana passada, Maurílio treinou entre os suplentes.
“O objetivo foi testá-lo. Agora, vamos esperar sua reação aos treinos”, disse Edu Marangon. O técnico, porém, poderá deixar o experiente atacante como opção no banco de reservas, caso decida mesmo reforçar a defesa com a entrada de Fábio Bráz. O zagueiro tem tido bom desempenho nos treinos e seu porte físico (1,89m) seria um fator importante na marcação ao centroavante Marcel.
O treinamento da tarde foi modificado devido à chuva. A comissão técnica preferiu não expor atletas a dois treinos consecutivos em gramado “pesado”. O trabalho foi então desenvolvido em uma cancha de grama sintética. No coletivo da manhã, o único ausente foi o goleiro Flávio, poupado devido a uma gripe. Velentim, com dores no joelho direito, não treinou à tarde, mas nenhum deles preocupa.
No tático, Edu só processou uma alteração, tirando Fabinho para a entrada de Rodrigo Silva. Caso opte pelo 3-5-2, Rodrigo deve ser o titular da ala-esquerda, devido à sua eficiência ofensiva e boa mobilidade pelo flanco esquerdo. Fernando Miguel, recuperado de lesão, treinou normalmente e formou a dupla de volantes com Goiano. O time trabalhou com Darci; Fábio Bráz, Ageu e Cristiano Ávalos; Valentim, Fernando Miguel, Goiano, Marquinhos e Fabinho (Rodrigo Silva); Caio e Renaldo.