Marangon não gostou do time frouxo em Salvador

A comissão técnica adotará, a partir de hoje, “linha dura” no Paraná Clube. O técnico Edu Marangon não poupou quase ninguém de críticas pelo fraco desempenho frente ao frágil time do Bahia. Promete resgatar a imagem vitoriosa do time que iniciou o Brasileirão e quer o grupo “ralando” em busca deste objetivo. Os próximos doze dias serão fundamentais para a recuperação física, técnica e tática do time, que caiu mais uma vez para a 13.ª colocação e já sente a incômoda aproximação dos retardatários.

Marangon admitiu que a equipe teve um comportamento inexplicável no jogo do último domingo. “Não tivemos postura, atitude ou obediência tática. Aí fica difícil”, comentou. Para o técnico, o tricolor foi inferior ao Bahia em tudo, especialmente em determinação. “Eles (os baianos) fizeram o jogo da vida deles e nós não acompanhamos esse ritmo.” Edu sabe que o resultado lhe custou quatro posições – tivesse vencido, estaria em 9.º lugar – e o contato com o pelotão de frente já não mais existe.

“Meu time estava disperso. Parecia que foi à Bahia passear”, disparou. Na chegada da delegação, ontem à tarde, o treinador deixou evidente seu descontentamento, acreditando que todo o trabalho desenvolvido na semana passada de nada adiantou. “Batemos em todas as teclas possíveis, sobre posicionamento do time, perfil do adversário, clima desfavorável ao Bahia. Mas, em campo, fizemos tudo errado.” Marangon já revê conceitos, pois não vê em campo a qualidade que havia sentido do grupo assim que chegou.

“Não sei o que acontece. Já vi esse time realizar grandes jogos. Assim que cheguei, os treinamentos me encheram de esperança”, comentou. O técnico usou como exemplo os 25 minutos finais do primeiro tempo. “Após um início ruim, dominamos o jogo, chegamos ao empate e criamos pelo menos mais três chances reais. Isso prova que qualidade não falta. Mas é preciso jogar no limite durante 90 minutos, não só em parte do jogo.”

Edu Marangon disse que tem por norma a montagem de um grupo forte, independente de qualidade técnica. “Posso até aceitar uma derrota por quinze a zero, desde que o time jogue com gana, com raça.”

Mudanças

Indagado sobre as alterações, Edu não admitiu ter errado. Explicou que a troca de Fernandinho por Goiano foi a opção para recompor o meio-de-campo, pois o meia estava mal e não conseguiu dar sustentação ofensiva ao time.

Ao sofrer o segundo gol logo aos 3 minutos do 2.º tempo, o Paraná precisou se lançar à frente. Mas, quatro minutos após nova alteração, com a entrada de Vandinho no lugar de Fernando Miguel, o time sofreu novo revés e logo depois Pierre foi expulso. “De positivo mesmo, só a entrada do garoto (Vandinho), que mostrou personalidade, fez um grande jogo e foi premiado com o gol”, finalizou Edu Marangon.

Diretoria paranista quer o clássico no Pinheirão

A diretoria tricolor define hoje o local do clássico frente ao Coritiba. Pela manhã, haverá uma reunião na Federação Paranaense de Futebol com o presidente Onaireves Moura. A preferência do clube continua sendo o Pinheirão, mas as reformas no estádio continuam em andamento. “Vamos primeiro saber qual a posição da federação e então tomar a decisão não só apenas para este clássico, mas também para os próximos jogos da equipe”, confirmou o vice-presidente de futebol José Domingos Borges Teixeira.

Extra-oficialmente, é pouco provável que o Pinheirão esteja apto a receber um jogo deste porte. Por isso, a saída mais viável seria a transferência do clássico para o Couto Pereira. Já houve contatos preliminares com os dirigentes coxas e hoje a situação poderá ser definida. “Não há impedimento, pois o regulamento permite esta alteração sem que se caracterize inversão de mando”, ponderou José Domingos. “É o mesmo caso de São Paulo, onde clássicos envolvendo Corinthians e São Paulo, com mando do Corinthians, são realizados no Morumbi”, exemplificou.

O Paraná já recebeu propostas de outras cidades, como Paranavaí, para a realização de jogos do Brasileirão. Mas, há muitos postos desfavoráveis. Além do deslocamento da delegação e da disputa do jogo em “campo neutro”, há ainda a situação financeira a ser considerada. Em Maringá, frente ao Fluminense (o jogo foi no Willie Davids porque o Tricolor perdeu o mando de campo), o Paraná levou prejuízo. Caso a opção seja o Alto da Glória -se o Pinheirão for mesmo descartado – restaria ainda pontos a serem definidos na questão da divisão do estádio.

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