Manutenção do treinador explica sucesso do Paraná

O melhor desempenho do Paraná Clube em uma temporada – com o título estadual e a classificação para a Libertadores – está diretamente ligado à longevidade do comando técnico. Ao menos, os números mostram isso. Uma linha de ação adotada desde 2004, quando o clube demitiu Paulo Campos e depois foi buscá-lo para a

reta final do Brasileirão, quando o time deu uma guinada, afastou o fantasma do rebaixamento e fechou o campeonato em 15.º lugar.

No ano seguinte, Paulo Campos sofreu nova queda após entrar em rota de colisão com o elenco. Foi a última ?demissão? no Paraná. Lori Sandri assumiu seu posto, colaborou na montagem do time para o Brasileiro e fez um primeiro turno excepcional.

O técnico, diante de uma suposta proposta do futebol turco, pediu desligamento.

A oferta não se concretizou, mas já era tarde: Luiz Carlos Barbieri ocupara seu lugar.

Após oscilações preocupantes, Barbieri achou o equilíbrio e levou o Paraná à 7.ª colocação no Nacional, a melhor do clube, até então. Ficou para o Paranaense e acabou erguendo o troféu de campeão estadual, que a torcida não via desde 1997.

O aproveitamento foi invejável (66,67%), com apenas duas derrotas. O técnico tinha tudo para prosseguir à frente do Tricolor no Brasileiro, mas curiosamente pediu para sair. Nos bastidores, disse que sofria pressão de um dirigente na escalação do time.

Veio Caio Júnior e, mesmo sem mexer no esquema tático, tornou o time ?mais leve?. Tanto que o Paraná foi o clube que menos empatou ao longo do Brasileirão: apenas seis vezes. Curiosamente, foi num empate sem gols – frente ao São Paulo, na última rodada -que o Tricolor deu sua ?volta olímpica?, festejando a inédita classificação à Libertadores. Caio Júnior escreveu nova página na história do Paraná (antes, havia sido pentacampeão, como jogador) e de quebra é o técnico que mais vezes dirigiu a equipe em campeonatos nacionais: 48 jogos.

O treinador deixou o Paraná para comandar o Palmeiras e para o seu lugar a diretoria apostou as fichas em Zetti.

O ex-goleiro do São Paulo – com trabalhos marcantes no Paulista e no Fortaleza, em 2004 – será a cara do clube na Libertadores. Experiência não lhe falta, já que foram dois títulos da competição, como jogador, vestindo a camisa 1 do Tricolor do Morumbi. No que depender da diretoria, este é mais um projeto de longo prazo, confiando da estrela de Zetti (e na sua competência) para mais uma temporada de conquistas…e de ?vida longa? no comando técnico.

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