Mano dirigirá só 3 treinos completos da seleção nos EUA

O objetivo era preparar a seleção para os Jogos Olímpicos e o presidente da CBF, José Maria Marin, deixou claro que queria jogadores que tivessem “um espírito olímpico”. Mas, se dentro de campo a preparação é para um evento “amador”, a agenda de quatro jogos do Brasil nestas duas semanas atende a interesses comerciais explícitos por parte dos organizadores. E, em meio a uma maratona de viagens, Mano Menezes poderá comandar apenas três treinos completos em solo norte-americano para os confrontos diante de Estados Unidos, México e Argentina.

No sábado, a seleção jogou contra a Dinamarca em Hamburgo. A proximidade alemã da fronteira com a Dinamarca garantiu um estádio lotado, de dinamarqueses. Trinta e cinco mil pessoas viajaram duas horas de suas casas na Dinamarca ao estádio, na Alemanha, e dominaram as arquibancadas.

Neste domingo, a seleção enfrentou uma viagem transcontinental com escalas até Washington, onde enfrentará no dia 4 de junho os Estados Unidos. O técnico Mano Menezes já anunciou que Neymar deve voltar à equipe. A dúvida que fica é sobre quem cede seu lugar: Lucas, Damião ou Hulk.

Mas, com o fuso horário de seis horas de diferença, mais uma adaptação será necessária. Terminada a partida, mais uma viagem, desta vez para Dallas, para enfrentar o México em um local onde a imigração mexicana deve lotar mais um vez o estádio. Para completar, mais uma viagem de cinco horas de avião até Nova York, onde a seleção termina a turnê de amistosos contra a Argentina de Lionel Messi.

Para a ISE, empresa saudita que tem os direitos sobre os jogos amistosos do Brasil, uma das formas de arrecadação é por meio da bilheteria e da transmissão. Para garantir lucros, portanto, precisam atuar onde tem alguma garantia de estádios lotados, algo que o Brasil por si só já não garante mais.

Não por acaso, Mano ironiza quando se aponta que ele terá mais de uma semana com a seleção, um privilégio hoje. “Que privilégio? Serão três treinamentos completos no total”, se queixa. Mano lembra que, entre outubro de 2011 e fevereiro 2012, não houve como registrar uma evolução no time. Afinal, a seleção em sua formação ideal não entrou em campo. Agora, vive o mesmo problema, enquanto o tempo começa se esgotar.