No chão

Maior derrota da história deixa a reputação da seleção na lama

Predestinada a apagar o fatídico episódio do Maracanazo da Copa do Mundo de 1950, quando o Brasil perdeu a final para o Uruguai em pleno Maracanã, a seleção brasileira deste ano protagonizou o maior vexame da história do futebol brasileiro. Ontem à tarde, no Mineirão, em Belo Horizonte, o time comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari entrou na roda, tomou nada mais nada menos do que 7×1 da Alemanha, e deu adeus à chance de conquistar o hexacampeonato mundial.

Irreconhecível e engolido pelo time alemão, o Brasil terá a missão de apagar a maior derrota do selecionado brasileiro dentro de uma Copa do Mundo e tentar conquistar o terceiro lugar no sábado, diante de Holanda ou Argentina, que se enfrentam hoje em São Paulo. Para o futebol paranaense, o fim do Mundial significa o recomeço de Atlético e Coritiba na Série A e do Paraná Clube na Série B, em duelos já marcados para a semana que vem.

Os resquícios da falta de Neymar na seleção brasileira ficaram evidentes antes de a bola rolar, quando o goleiro Júlio César e o zagueiro David Luiz cantaram o hino segurando a camisa 10 do craque. O time de Felipão até começou melhor. Com uma marcação eficiente, criou a sua única chance de marcar na etapa inicial com Marcelo, mas a bola saiu por pouco.

Depois de segurar o ímpeto do Brasil no começo, a Alemanha mostrou a que veio a partir dos dez minutos. Com mais posse de bola, a seleção alemã abriu o placar com Muller, após cobrança de escanteio. O gol provou que quem realmente estava fazendo falta era o zagueiro Thiago Silva, que cumpriu suspensão, e não Neymar já que a bola mal passou do meio de campo. Apesar dos gritos de “eu acredito” da torcida que lotou o Mineirão, o Brasil não reagiu e permitiu a festa alemã na sua própria casa.

Desacorsoado em campo, o time brasileiro viu a Alemanha em três minutos, em ritmo de treino, marcar mais três vezes com Klose que ainda passou Ronaldo como maior artilheiro em Copas do Mundo-, e Kroos, que fez mais dois gols. Nada era tão ruim que não pudesse piorar. Logo depois, Khedira aumentou a humilhação na capital mineira ainda na etapa inicial. Ao final do primeiro tempo, o torcedor brasileiro, boquiaberto com o que viu nos primeiros 45 minutos, não teve nem forças para vaiar a pior atuação do Brasil de todos os tempos.

Com uma missão praticamente impossível nos 45 minutos finais, a seleção brasileira, com Paulinho e Ramires no meio de campo, ganhou um pouco mais de mobilidade. Chegou a criar boas chances com Paulinho e Fred, mas o goleiro Neuer levou a melhor. A atuação de David Luiz mais adiantado e atuando como homem de criação, já dava mostras da fragilidade do time comandado por Felipão diante da Alemanha.

Na etapa final, a Alemanha, mesmo tirando o pé do acelerador, conseguiu marcar mais duas vezes com Schuerrle. Sem ter mais nada a perder, a seleção brasileira foi, de forma desordenada, tentar diminuir o vexame. Oscar chegou a marcar aos 45 minutos o gol de honra do Brasil, mas não conseguiu apagar o maior vexame da história do futebol brasileiro.