Levir Culpi se irrita e detona Eurico Miranda

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Levir: "Vamos enfrentar um time
que disputará uma Copa do Mundo".

"Ditadura e coisa de time pequeno!" É assim que o técnico Levir Culpi analisa a administração do Vasco da Gama e, principalmente, de seu presidente, o controvertido Eurico Miranda.

Após acompanhar as táticas utilizadas pelo cartola carioca para tentar se livrar do rebaixamento, o treinador não se conteve e apontou e disparou contra o dirigente cruzmaltino. Mesmo assim, ele garante que é dentro de campo que tudo irá se resolver e não teme as pressões extra-campo. O confronto está programado para as 16 horas de domingo, em São Januário.

"O problema vai ser resolvido dentro de campo, mas ele (Eurico) tenta dar uma motivação, como é que eu vou te dizer? Até doentia, covarde, uma coisa mais ou menos assim", dispara Levir, em entrevista à Rádio Paraná. Ele se refere à concentração forçada dos jogadores do Vasco na semana de preparação para a partida contra o Rubro-Negro. "Você chama os jogadores, prende todo mundo, ninguém fala. O que existe? Uma ditadura, uma coisa de amadorismo, de time pequeno. São coisas que nós estamos, infelizmente, acostumados a enfrentar", continua.

O treinador ainda aponta outras artimanhas extra-campo usadas pelo dirigente para pressionar seus jogadores em busca dos pontos necessários para fugir do rebaixamento. "Você solta a torcida para ofender os jogadores, jogaram fogos em cima da imprensa, tudo isso articulando uma mobilização para jogar contra o Atlético", destaca. No entanto, Levir garante que sua equipe estará preparada para enfrentar essa situação. "O que nós vamos ver vai ser os caras disputando Copa do Mundo, só que tem um detalhe: nós também vamos disputar Copa do Mundo", garante.

De acordo com ele, os jogadores estão sendo preparados para enfrentarem apenas a equipe do Vasco e deixarem o resto de lado. "Infelizmente, nós conhecemos a maneira de trabalhar desse dirigente. Nós temos que fazer a nossa parte dentro de campo e a diretoria administrar a parte extra-campo", expõe. Para isso, o treinador mantém a política de treinamentos fechados no CT do Caju.

O treinador está testando duas maneiras do time atuar. No 3-5-2 e no 4-4-2. O mais provável, no entanto, é que o tradicional 3-5-2 seja mantido, com Fernandinho deslocado para a meia e Raulen entrando na ala-direita. Já o volante Fabiano terá presença garantida, após cumprir suspensão automática.

Clube vende ingressos para domingo

O torcedor rubro-negro que quiser acompanhar o Atlético na "decisão" do campeonato brasileiro contra o Vasco da Gama terá que se integrar a uma das caravanas já montadas para acompanhar o time no Rio de Janeiro. A medida é uma decisão do próprio clube da Baixada, que comprou todas as mil entradas colocadas à venda pela equipe carioca e irá revender àqueles que já garantiram presença no estádio de São Januário. Estão nessa situação as torcidas organizadas e empresas que fretaram ônibus ou avião.

Depois de tentar negociar com a direção do clube cruzmaltino para trazer a carga destinada aos atleticanos para Curitiba, a solução encontrada pelo departamento de marketing do clube foi comprar os bilhetes e trazê-los para a Baixada. Assim, o clube evita que as pessoas cheguem no Rio sem a entrada ou que esses bilhetes caiam nas mãos dos cambistas.

O clube ainda vai definir quem ficará com qual quantidade. De certo mesmo, só a caravana da Fanáticos, que terá direito a comprar 500 bilhetes e será a maior caravana. Além deles, os funcionários do clube lotaram três ônibus, a Federação Paranaense de Futebol seguirá com um ônibus, a empresa CVC está levando um avião de 168 lugares, além de outras caravanas independentes. Quem não conseguiu ingresso terá que assistir a partida pela televisão ou se infiltrar na torcida vascaína.

Segurança

Com tanta preocupação com a segurança dentro e fora de São Januário, até a CBF interveio para evitar qualquer problema no reduto vascaíno, já que considera que a partida é de risco. O diretor do departamento técnico da entidade, Virgílio Elísio da Costa Neto, enviou ofícios à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil solicitando a adoção de medidas que garantam a segurança dos torcedores e de todas as pessoas envolvidas na partida. A CBF considera as medidas necessárias devido às circunstâncias especiais da partida, "cercada por um ambiente de litígio e em função ainda das consequências que o resultado do jogo poderá acarretar".

Paranistas acham que título vai ser adiado

No Paraná, a maioria acredita que o Brasileirão só será definido na última rodada. Os principais jogadores do clube também evitaram deixar transparecer uma possível torcida contra o rival. O volante Axel, que já atuou por Santos e Atlético Paranaense, diz não ter preferência, mas que é muito difícil tirar o título do Rubro-Negro. "Eles têm sido regulares e isso pesa na hora da definição", comentou. Não acredita que o time de Levir Culpi tropece em São Januário, apesar da situação delicada do time carioca, ainda sob risco de rebaixamento. Campeão brasileiro pelo Atlético em 2001, o goleiro Flávio concorda com o capitão. "O Atlético tem tudo para levantar a taça. Não depende de ninguém", comentou. O Pantera, porém, aposta em vitórias de Atlético e Santos no próximo domingo – frente a Vasco e São Caetano, respectivamente, adiando a decisão para a última rodada. Além de competente no seu trabalho, Paulo Campos também venceu todos os prognósticos ao apostar na permanência no Paraná Clube na primeira divisão. Já em relação ao campeão da temporada, preferiu não arriscar.

"Só com bola de cristal. A minha, só funcionou em relação ao Paraná porque tinha certeza do trabalho desenvolvido", brincou Campos. Mesmo amigo pessoal de Luxemburgo, prefere não anunciar por quem torcerá nesta reta final. "São dois grandes times e por isso acredito que a definição ficará mesmo para a última rodada", disse.

Nascimento é "atleticano". Roberto Brum, santista

É claro que o Coritiba tem seus planos no Campeonato Brasileiro – com a punição ao São Caetano, ainda há boas chances de classificação para a Copa Sul-Americana 2005. Mas os jogadores alviverdes, assim como todos os amantes do futebol, também olham para a ponta de cima da tabela. E eles têm suas apostas sobre as possibilidades de Atlético e Santos.

O capitão Reginaldo Nascimento é um dos que já apontam o Rubro-Negro como campeão brasileiro. "Eles fizeram trabalho de campeão e também tiveram sorte de campeão", comenta o zagueiro, que vê poucas chances para o Santos. "Por mais que falem que são apenas dois pontos, é uma vantagem considerável quando faltam duas rodadas", completa.

Para Ataliba, é difícil fazer qualquer aposta. "O campeonato está muito equilibrado na parte de cima e na parte de baixo da tabela. Seria uma loucura dizer quem seria o campeão agora", confessa o volante, que também aproveita para se esquivar por completo da questão. "Para mim, que vença o melhor", resume.

Já Roberto Brum crava seco no Santos. "Acho que o Vasco vai jogar a vida contra o Atlético, é o último jogo deles em São Januário. E acho que o Vasco ganha", afirma o Senador, que no entanto sabe que a vida do Peixe não será fácil. "Eles terão um desafio, que é passar pelo São Caetano lá no Anacleto Campanella. Mas se conseguirem vencer, devem ficar com o título", finaliza.

Calmaria

Para Antônio Lopes, a torcida atleticana pode ficar tranqüila – o estádio do Vasco está mais seguro após as agressões de torcedores aos jogadores do Coritiba, ano passado. "Agora as coisas melhoraram. E ainda há a proteção da polícia, tanto a Polícia Civil quanto a Polícia Militar são duas grandes corporações", avisa o Delegado.

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