Leão barra Grafite

Dando mostras de que sua paciência no Palmeiras diminui a cada dia. Leão criticou a estrutura do time B mantido pelo clube – ?deveria servir para formar jogadores e não para ganhar competições? -, reclamou mais uma vez da falta de recursos para reforçar o elenco e, para finalizar, cutucou uma das figuras mais importantes da diretoria, o assessor da presidência, Antônio Carlos Corcione.

Talvez desanimado por ver seus jogadores mal acertarem o gol nos treinos de finalizações da manhã, Leão admitiu logo depois estar difícil reforçar o time para o Brasileirão e para a seqüência da Libertadores.

?Os grandes jogadores custam caro e os clubes não querem liberar. E os médios e pequenos não resolvem o problema do Palmeiras?, disse. Mais tarde concluiu o raciocínio: ?A gente também não tem dinheiro para contratações. Mas já sabia que seria assim. Estou num time brasileiro, no futebol brasileiro.?

O treinador contou que o empresário de Grafite, ex-São Paulo e hoje no Le Mans (França), tentou colocá-lo no Palmeiras. ?Quando falou em 4 milhões de euros (R$ 15,2 milhões), encerrei a conversa.? O mesmo ocorreu com Dudu Cearense, do CSKA, oferecido, mas fora dos padrões palmeirenses.

Sem sair muito do assunto, criticou o Palmeiras B. Em sua opinião, o time está errado conceitualmente. Deveria servir para revelar talentos ou para receber jogadores do elenco principal em fase de recuperação – citou o zagueiro Nen, liberado pelos médicos, mas ainda com dificuldade de movimentação e sem segurança para retornar aos campos.

?Só que não fazem nem uma coisa nem outra?, reclamou o treinador.

?Há absurdos lá como um rapaz que jogou há pouco tempo e já tinha 27 anos. Trouxe um outro que pensei que era novo e ele já tinha 24 anos?, contou, referindo-se, no último caso, a Thiago Gomes, que segue no time de baixo. ?Mas nem gosto de me meter neste assunto, porque sei como as coisas funcionam e as pessoas que estão envolvidas?, deixou no ar. Sabe da limitação do grupo que tem em mãos, mas espera tirar dos treinos, da união e superação dos atletas um time competitivo. Para não entregar de vez os pontos, esforçou-se para parecer otimista: ?Um técnico do Palmeiras tem de ser ambicioso, tem de pensar sempre em ter reforços e querer títulos.? No fim da entrevista, aproveitou para cutucar Corcione, assessor da presidência. ?Li no estadão ele dizendo que alguns jogadores estão se acovardando. Pois então está feito o convite para ele vir aqui ver o treino e apontar esses atletas. Quero mesmo que ele venha?, disse.

Voltar ao topo