Justiça manda indenizar remador curitibano paraolímpico

Depois de sofrer uma série de reveses em sua vida pessoal e profissional, e ainda se frustrar por não conseguir participar dos Jogos Paraolímpicos de Pequim, no ano passado, o remador curitibano Júnior Ongaro, 29 anos, anunciou esta semana que pretende voltar a treinar, para quem sabe, conseguir participar da próxima Paraolimpíada.

Atleta da União dos Remadores Veteranos de Curitiba (Urvec), praticante do remo adaptável para portadores de necessidades especiais (ele ficou paraplégico após um acidente de moto, sofrido aos 19 anos), Ongaro se destacou no esporte, alcançando bons resultados no cenário nacional.

No entanto, por uma falha da Federação Paranaense de Remo, que deixou de convocar atletas cadeirantes para uma seletiva no Rio de Janeiro, ele perdeu a chance de participar do Campeonato Mundial, que seria disputado na Inglaterra.

Segundo o treinador Kalil Boabaid e colegas de Ongaro, ele tinha todas as condições para se classificar para o Mundial, e isso já lhe garantiria a vaga na Paraolimpíada do ano passado.

A falha da Federação causou tamanha frustração em Ongaro, que ele abandonou os remos. Mas decidiu brigar na Justiça contra o presidente da entidade, Edson Pereira Ache Júnior, pedindo uma indenização por danos morais, já que Ache Júnior engavetou a convocação e não comunicou o remador.

A Justiça concordou com Ongaro e condenou o presidente ao pagamento de uma indenização de R$ 5 mil. A sentença, assinada pela juíza Ana Paula Rotunno, datada de dezembro de 2008, até agora não foi cumprida. Ongaro não recebeu o dinheiro. Mesmo assim, sentiu-se mais animado e decidiu retornar à prática do remo, para alegria de seus colegas de clube.

Bronca

Além da falha com Ongaro, a Federação Paranaense de Remo parece ter problemas com várias outras entidades, que atendem atletas deficientes físicos. Desde 2002, organismos como o Instituto Paranaense dos Cegos, Associação dos Deficientes Visuais do Paraná, Clube Esportivo dos Deficientes, Associação de Assistência ao Excepcional do Paraná reclamam da proibição imposta pela Federação para o funcionamento da Escolinha de Remo voltada aos deficientes físicos, no Parque Náutico do Iguaçu.

Há informações de que a Federação Paranaense está na mira da Confederação Brasileira de Remo, e poderá, inclusive, sofrer uma intervenção.

Voltar ao topo