Julgamento desta noite define o rumo do Real Brasil no Estadual

O futuro do Real Brasil no Campeonato Paranaense começa a ser conhecido hoje, a partir das 19h, no Tribunal de Justiça Desportiva da FPF. O time do empresário Aurélio Almeida será réu no caso Emerson-Erinaldo e pode perder até 12 pontos, o que decretaria seu rebaixamento para a Segundona estadual.

O Real é acusado de escalar Erinaldo Silva Santos contra Iraty e Adap Galo. O problema é que o jogador já havia defendido o Iguaçu neste Estadual, mas com outro nome (Emerson Silva Santos, 21 anos). Como o Regulamento Geral de Competições da FPF proíbe que um jogador atue por duas equipes num mesmo campeonato, o Real foi denunciado por descumprir o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (escalar atleta sem condição legal de jogo), que prevê perda de seis pontos por partida.

A procuradora Manoela Garcia também denunciou a equipe nos artigos 216, 217 e 234, que tratam de duplicidade de registros e falsificação de documento. As penas somadas chegam a três anos e meio de suspensão em qualquer competição oficial.

A acusação levará como testemunhas um radialista de Irati, que diz ter entrevistado o jogador com a camisa do Iguaçu e, dias depois, com a do Real. Vídeos com imagens de Emerson/Erinaldo atuando pelo Iguaçu e pelo Real também se tornarão provas. Outro argumento da acusação é que documentação pessoal de Erinaldo, como carteira de identidade e outras, foi expedida apenas em 2007.

Por conta da confusão, o jogador foi denunciado por duplo registro e falsificação de documentos e pode pegar suspensão de até cinco anos.

A decisão de hoje influi diretamente na briga contra o rebaixamento. Os maiores interessados são Iguaçu, autor da queixa, e Rio Branco, que têm 9 pontos e praticamente se livrariam da degola com a punição, que reduziria a pontuação do Real para apenas um ponto. A própria Lusinha, lanterna da competição com 5, ganharia fôlego na tentativa de escapar da guilhotina. De qualquer forma, pode haver recurso contra a decisão no pleno do TJD e, mais tarde, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio de Janeiro.

Jogador promete confessar erro

O pivô da maior confusão jurídica do Paranaense 2008 vai chamar a responsabilidade e dizer que se chama Erinaldo da Silva Santos, 25 anos. Segundo o advogado do jogador e do Real Brasil, Alexandre Chemin, Erinaldo confessará diante dos auditores que forjou documentos para passar por mais novo.

Chemin afirma que o atleta chegou ao Real em março de 2007, usando documentos de Emerson da Silva Santos, 21 anos. Depois de passar pelo Iguaçu com a mesma identidade, teria batido à porta do Real com a papelada do verdadeiro nome de batismo: Erinaldo da Silva Santos. ?Havia suspeita de adulteração nos documentos quando ele se apresentou como Emerson. O Real não tinha bola de cristal para adivinhar que o jogador atuou com esse nome pelo Iguaçu. Quando ele veio com os documentos verdadeiros em nome de Erinaldo, foi normalmente contratado?, disse o defensor.

Chemin diz que o Real sequer assinou contrato com ?Emerson?. Mas Aurélio Almeida contou história um pouco diferente e disse que a documentação falsa foi descoberta quando o atleta estava para ser negociado com o futebol mexicano. O Boletim Informativo Diário (BID) da CBF registra que Emerson da Silva Santos foi atleta do Real de 22/3 e 22/7/07, sob o contrato 577575/PR.

Um aspecto no mínimo duvidoso, e que será usado pela acusação, é o fato de nenhum dirigente do Real ter reconhecido Erinaldo como o mesmo Emerson que se aventurou no clube em 2007. ?É que toda a diretoria e comissão técnica mudou. Só ficou o Aurélio (Almeida), que não tem contato com os jogadores?, justifica o defensor.

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