Jogadores driblam imprensa e saem de folga

Basiléia – Os jogadores da seleção brasileira driblaram a imprensa e deixaram o estádio da Basiléia na noite de ontem em carros particulares para a primeira folga desde o início da preparação do Brasil para a Copa do Mundo.

Ronaldo, Robinho, Adriano e outros jogadores sequer usavam os uniformes da CBF ao saírem do estádio. Desde o dia 22 de maio a seleção está reunida na cidade de Weggis realizando treinos físicos e táticos.

O técnico Carlos Alberto Parreira deu até o meio-dia de hoje para que os jogadores se apresentassem de volta à concentração. Zé Roberto confessou que o período de folga era ?curto?. ?Normalmente as folgas são um pouco maiores?, disse.

A folga é a primeira oportunidade que os jogadores tiveram para descansar, rever seus familiares ou se reunir com amigos.

Um dos poucos a falar com a imprensa foi Juninho Pernambucano, que festejou seu aproveitamento no jogo de ontem e o gol de falta. O meia entrou bem no segundo tempo e provou que é a primeira opção entre os reservas. ?O que eu mais queria era estar na Copa. O importante é estar preparado para entrar e o banco pode ser um diferencial do Brasil?, disse.

Panos quentes

Enquanto os jogadores saíam do estádio, Parreira tentava minimizar os desentendimentos entre Edmilson e Adriano. Na segunda-feira, em um coletivo, o volante entrou duro no atacante, que depois revidou. O técnico disse que conversou com os dois e que o caso não teria tido desdobramentos. ?Foi uma entrada dura, mas eles são amigos e isso acontece em um treino. Caso contrário não seria um treino?, disse.

Para Zé Roberto, o caso não afetará o grupo. ?A seleção está fechada. Todos lutam por um lugar no time titular.?

A assessoria de imprensa da CBF também informou que o volante e o atacante almoçaram juntos na mesma mesa ontem, na Basiléia, e que teriam ficado surpresos com a repercussão que o fato ganhou no Brasil.

Psicólogos condenam badalação em Weggis

Rio – Os dias agitados em Weggis pela presença da seleção, com torcedores invadindo o campo ou das mulatas como anfitriãs das festas da cidade, o show diário dos craques, a feirinha com cachaça, feijoada e muito samba a poucos metros do hotel da delegação. Tudo isso gera um ambiente de descontração. E também de apreensão. Essa é a opinião de psicólogos com experiência em vários clubes de ponta do futebol brasileiro.

Para a doutora Sonia Roman, atualmente no Santos, existe um ?relaxamento muito exagerado? do grupo em Weggis. ?Isso me preocupa. O atleta precisa de um determinado nível de estresse para o bom desempenho. Mas o que estamos vendo todos os dias é uma tenda de apresentações, parece que estão ali um monte de bichinhos adestrados fazendo malabarismo para as crianças aplaudirem.?

A psicóloga do Fluminense, Teresa Fragelli, chega a comparar o entorno da seleção com um circo. ?Nós, psicólogos do esporte, sabemos o quanto isso prejudica o trabalho. Infelizmente, estamos mais focados nesse circo todo que virou a passagem da seleção por Weggis.?

Voltar ao topo