Investir em esporte é o caminho, aponta ONU

O mundo seria um lugar mais saudável e pacífico se os governos investissem no esporte e na participação de seus cidadãos em atividades físicas. O problema, porém, é que 60% dos adultos no mundo não praticam esporte com regularidade e que políticas para o setor continuam ainda longe de ser prioridade das autoridades. Essas são algumas das principais conclusões do primeiro relatório já produzido pela ONU sobre o papel do esporte na vida política, econômica e social no mundo.

Genebra (AE) – Lançado ontem, o relatório destaca a experiência do Brasil em fornecer aulas de ginástica e de judô em programas para recuperar jovens delinqüentes como um exemplo de como o esporte pode ser útil para a sociedade. “O objetivo da ONU não é o de criar novos campeões, mas de usar o esporte de uma forma mais ampla para o desenvolvimento e a paz”, afirma o documento.

Para a ONU, o esporte pode ajudar na luta contra o racismo, incentivar a tolerância em locais atingidos por guerras e ainda melhorar as condições de saúde de uma população. No que se refere à educação, por exemplo, o relatório aponta que crianças entre seis e doze anos que praticam mais de cinco horas de esportes por semana têm melhores resultados na escola que os demais alunos.

Mas o relatório lamenta que em 126 dos quase 190 países da ONU, políticas esportivas ainda são marginalizadas nos programas de governo e consideradas como não sendo essenciais.

As Nações Unidas alertam, porém, que por falta de atividadades físicas, 1,9 milhão de pessoas morrem de doenças que poderiam ser evitadas se algum esporte fosse praticado. Segundo o estudo, a cada dólar investido em esporte, um governo poderia economizar US$ 3,2 em gastos com saúde. Nos Estados Unidos, por exemplo, a falta de atividades físicas para parte da população custa US$ 75 bilhões por ano ao país em saúde.

Para reverter essa tendência, a ONU pede que os governos incorporem atividades esportivas em suas políticas de desenvolvimento e que busquem garantir o direito ao acesso aos esportes a todos.

Paraná tem programas de incentivo ao esporte

Antes da divulgação do relatório da ONU, que propõe aos governantes do mundo que invistam mais em esporte, o Paraná já tem projetos neste sentido. Um desses exemplos é a Caravana do Lazer. Criado pela atual administração estadual, o programa é desenvolvido durante alguns dias em pequenos centros urbanos que não têm uma política pública de esporte, e incentiva as pessoas comuns a praticarem esportes como forma de evitar o sedentarismo, causa da maioria dos problemas de saúde que atingem a população.

A primeira experiência da Caravana foi no município de Rio Branco do Sul, atendendo a um público estimado em nove mil pessoas, entre crianças e adultos. O programa reúne atividades. “A Caravana do Lazer será de forma experimental, até agosto, em alguns municípios”, adiantou o diretor da Paraná Esporte, João Arruda. Atividades como ciclismo, vôlei, futebol, escalada, maquiagem, capoeira e gincanas, coordenadas por funcionários da Paraná Esporte, estagiários da Universidade Federal do Paraná e integrantes das federações de Montain Bike e Montanhismo.

Um dos subprodutos da Caravana do Lazer é o “Paraná em Movimento”. A população passa por avaliação física e recebe orientação de estímulo à prática da caminhada para combater o sedentarismo, fator de grande influência nos casos de obesidade, hipertensão e doenças cardíacas. “A Caravana tem projetos que englobam todas as faixas etárias. O pai que leva a criança para praticar esporte e faz uma avaliação física, por exemplo”, explica Arruda.

Projeto Conviver

A prefeitura de Curitiba também já vem fazendo sua parte. Neste sentido, lançou em março deste ano o Projeto Conviver, que prevê o uso das escolas do município nos fins de semana para atividades de esporte e lazer.

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