Invasão de campo pode custar caro ao Atlético

O Atlético pode pagar caro pela invasão do diretor de futebol Alfredo Ibiapina ao gramado da Arena da Baixada. Na quarta-feira, ele não conteve a ira contra a arbitragem de Marcelo de Lima Henrique (Fifa-RJ) no empate por 2 x 2 contra o Palmeiras, repetindo cenas que eram comum a Eurico Miranda, ex-mandatário do Vasco.

O árbitro relatou em detalhes a postura do dirigente, os xingamentos e ainda classificou o estádio rubro-negro com qualidade ruim na segurança, por conta do episódio. É justamente essa anotação na súmula que pode ser mais prejudicial ao clube.

Quanto à invasão de Ibiapina, o mal maior recairia sobre o próprio dirigente, mas quando o árbitro questiona a segurança da praça esportiva, a Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pode entender como risco.

No entanto, qualquer afirmação sobre as sanções que o Furacão pode sofrer é mera especulação pelo fato de a súmula ainda não ter sido remetida à corte desportiva.

“Pode haver julgamento de duas coisas separadamente: ele [Ibiapina] como dirigente, abrangido pelo CBJD e, eventualmente talvez, o clube. Mas é só especulação, tomara que não venha nada”, explicou Dominhos Moro, advogado do Atlético, que acredita que venham duas denúncias em cima do relato na súmula. Uma sobre a atitude de Ibiapina e outra contra Cléber Santana, pela expulsão aos 36 minutos do 1.º tempo.

A preocupação do Atlético é grande. O clube contatou Domingos Moro logo após a partida para consulta sobre possíveis problemas e o advogado do Rubro-Negro mostrou a mesma preocupação.

“Antes de qualquer coisa é precipitado falar, porque pode ser ruim para o Atlético. Eu estou preocupado. Quando vi o carnaval que se fez sobre isso, me preocupei”, admitiu Moro.

A situação de Cléber Santana é menos preocupante, até por ser um julgamento de expulsão por reclamação. Se ele for réu primário fica ainda mais fácil manter a punição apenas com o cumprimento automático de suspensão.

“A situação do Cléber Santana é menos complicada, pois foi uma expulsão por reclamação. Mas a do Ibiapina é diferente. É um julgamento para duas horas e pode ter certeza que vai chegar ao pleno do STJD, por qualquer uma das partes. É um caso que só deve acabar lá por novembro”, disse Moro.

Sem poder falar com maior propriedade antes de ser confirmada uma denúncia, Moro já se antecipa para não ser surpreendido. O advogado quer acompanhar todos os passos da procuradoria do STJD, a partir do momento em que a súmula for encaminhada pela CBF.