Grupo paranista dá um voto de confiança à diretoria

O presidente eleito não apareceu, tampouco a grana. Mesmo assim, os jogadores resolveram dar um voto de confiança à diretoria e treinaram normalmente, aguardando que ao menos parte da dívida seja quitada até amanhã.

Antes do time entrar em campo para encarar o Fortaleza – às 21h de sexta, no Durival Britto – a diretoria promete conseguir recursos para minimizar a crise. O clube deve um mês de salários e dois de direitos de imagem.

O início da tarde de ontem foi mais uma vez marcado pela tensão. Os jogadores receberam, ainda do lado de fora do vestiário, a informação que Aquilino Romani (o atual vice assume a presidência a partir do próximo dia 2 de dezembro) não viria para a prometida reunião. O gerente de futebol Beto Amorim “passou a bola” para o grupo. “Passei a informação e caberá a eles decidir se treinam ou não”, explicou.

O grupo se fechou no vestiário com Roberto Cavalo por cerca de 40 minutos e então veio a informação. “Eles vão treinar. Deram um voto de confiança aos dirigentes e esperam uma solução para o problema até sexta”, informou o assessor de imprensa Greyson Assunção.

Diante do quadro, nenhum jogador ou integrante da comissão técnica falou sobre o assunto. Nos bastidores, porém, havia a certeza de que o Paraná terá em campo seus principais jogadores, no encerramento da temporada.

Mesmo sem gravar entrevistas, os jogadores demonstravam desconforto com a situação e receio de serem liberados para as férias “de bolsos vazios”. Nos últimos anos, mesmo convivendo com orçamento baixíssimo e pouca previsão de receita, é a primeira vez que o Paraná Clube se vê nessa situação extrema.

Para Aurival Correia, um reflexo da transição política. Na prática, o grupo liderado por Aramis Tissot, com o aporte do marketing (leia-se Renato Trombini), é que irá gerir o departamento de futebol.

Os jogadores só partiram “ao ataque” por conta das sucessivas promessas não cumpridas. Um quadro que completará duas semanas amanhã. “Nos disseram que tinham o dinheiro e que era apenas uma questão de tempo para que os valores fossem liberados. Mas, pela demora, não era bem assim, né”, disparou um dos atletas tricolores, que pediu para não ser identificado. Na prática, o grupo preferiu o silêncio (ao menos no que diz respeito à entrevistas coletivas) para evitar uma polêmica ainda maior neste fim de temporada.