Pode parecer um pouco de sadismo, mas é o caso de dizer: oba! Os serviços de meteorologia da Riviera Francesa indicam grande possibilidade de chuva a partir de hoje na região, onde fica o Principado de Mônaco, sede da sexta etapa do Mundial de Fórmula 1.
E é hoje que começam os treinos para a corrida, que tem um calendário diferente das demais: treinos livres na quinta-feira, sexta de folga e, depois, tudo normal no sábado e no domingo.
Se a chuva vier, será a corrida mais divertida e menos previsível da temporada. Divertido para quem está de fora, claro. ?Eu não gosto desta pista. Com chuva, então…?, disse ontem Felipe Massa no paddock de Monte Carlo, montado à beira do porto. Seu companheiro de Ferrari, o líder do Mundial Kimi Raikkonen, foi econômico com as palavras, como sempre. ?É igual para todo mundo?, falou.
O problema maior dos pilotos será a ausência do controle de tração, dispositivo proibido neste ano. ?No ano passado, até em reta a gente usava?, falou Fernando Alonso, da Renault, vencedor em 2007 pela McLaren.
Até agora, a falta do sistema não tem trazido muitos problemas. No início do campeonato houve uma maior incidência de erros em treinos e corrida, mas com pista seca, e em circuitos que têm enormes áreas de escape, não houve nenhum drama.
Em Mônaco, haverá. Porque a pista tem guard-rails muito próximos e os erros, como se costuma dizer nessa prova, são imperdoáveis. Com pista molhada, controlar os carros sem a ajuda da eletrônica será uma tarefa dificílima.
É por isso que surpresas podem ser esperadas se a previsão da meteorologia se confirmar. ?Evoluímos bem nos testes de Paul Ricard e, aqui, é 50% piloto e 50% carro?, falou Alonso, que é um dos que têm fama de andar bem na chuva – do atual lote da F1, os outros são Raikkonen, Fisichella, Vettel e Barrichello.
Os treinos para a etapa monegasca do Mundial começam hoje às 5h de Brasília. Às 9h será realizada a segunda sessão livre. É esperada a presença do presidente da FIA, Max Mosley, que tradicionalmente assiste ao GP mais chique da temporada. Só que, por seu envolvimento num escândalo sexual na Inglaterra, ninguém vai querer ser fotografado ao lado do dirigente – que no dia 3 de junho poderá ser forçado a renunciar na reunião da assembléia da entidade, em Paris.