Governo pode subsidiar estádios públicos

Atlético-PR, São Paulo e Inter podem preparar os cofres. Se quiserem financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os proprietários dos únicos estádios particulares indicados para a Copa do Mundo de 2014 pagarão quase o dobro que as arenas públicas.

A informação foi divulgada ontem pela Folha de S. Paulo. Segundo o jornal, o banco enquadrará os clubes em uma linha de financiamento similar ao que oferece ao setor empresarial. Ao contrário de estados e municípios, que terão condições especiais se quiserem dinheiro emprestado para suas praças esportivas.

O BNDES anunciou uma linha de crédito para a construção e reforma dos estádios públicos que receberão jogos da Copa. Os juros básicos serão de 1,9%, mais 6% ao ano de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Para os clubes, a TJLP será acrescida de 1% e os juros serão de 1,8%, além de um juro de risco, variável de acordo com o perfil do cliente.

Com essas condições, o preço do empréstimo oferecido às arenas privadas praticamente dobra em relação aos estádios públicos. O BNDES ainda cobrirá 75% dos custos dos projetos estatais, com limite de R$ 400 milhões. Os particulares terão apenas 60% do investimento financiado.

Baixada (Curitiba), Morumbi (São Paulo) e Beira-Rio (Porto Alegre) são os três estádios privados indicados para a Copa. As outras nove cidades-sedes investirão em equipamentos de propriedade dos estados e municípios.

Alternativas

Com o financiamento via BNDES mais difícil, os clubes devem buscar outras opções para viabilizar seus projetos. Eles continuam atrás de investidores privados, mas a crise econômica internacional tem afastado potenciais parceiros.

Os clubes também fazem lobby para que o poder público encontre uma forma legal de investir nos estádios. Uma opção pode ser o projeto de lei que dá créditos tributários a quem aplicar em arenas para a Copa.

O investimento seria abatido de dívidas tributárias junto ao governo federal. A proposta, de autoria do deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), tramita na Câmara Federal.

Debate

O assunto estará em pauta na reunião dos representantes curitibanos com o governo federal, na próxima 4.ª feira, em Brasília. O encontro definirá as responsabilidades de execução dos projetos de estádios, mobilidade urbana e turismo.

Curitiba terá um tempo de 30 minutos para fazer uma demonstração dos projetos e programas. Está prevista a participação dos ministros da Casa Civil, Esporte, Turismo, Fazenda, Planejamento, Cidades e Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.

A cidade será representada pelo gestor da Copa, secretário Luiz de Carvalho, o presidente do Ippuc, Clever Almeida, e as engenheiras Suzana Costa e Zelinda Rosário, e os vereadores Mario Celso Cunha (PSB), Pedro Paulo (PT) e Roberto Hinça (PDT), da comissão da Copa na Câmara Municipal.

O representante do Atlético deve ser o arquiteto Carlos Arcos, autor do projeto da Baixada. “Teremos algumas definições importantes quanto à divisão de responsabilidades. Vamos focar o tema dos estádios particulares, já os públicos terão investimentos garantidos pelos governos municipais e estaduais”, diz Mario Celso.

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