Amanhã será um dia especial para Guilherme Alvim Marinato, 21 anos. O jogador fará a sua estréia, em campeonatos brasileiros, defendendo o Atlético dentro da Arena. ?Será um momento especial e um sonho. Antes, eu apenas assistia aos jogos?, afirmou o jovem goleiro, que tem se transformado na grande revelação do elenco rubro-negro neste ano.
Guilherme ganhou a chance de se tornar titular num jogo difícil e decisivo, durante a 2.ª partida da semifinal do Estadual deste ano, diante do Paraná.
O Atlético foi desclassificado e o goleiro obrigado a buscar a bola no fundo da rede por três vezes. Mesmo assim foi o destaque da equipe, com ótimas defesas e deixando o torcedor esperançoso de que o Furacão teria um goleiro a altura de suas expectativas para o resto da temporada. Por falar em altura, Guilherme sabe usar seu 1,95m e tem chamado a atenção por suas boas saídas do gol em bolas cruzadas na área – um dos defeitos de seus antecessores. Segundo ele, esta característica (sair do gol) vem sendo trabalhada desde a categoria
de base e a cada treinamento tenta aperfeiçoá-la.
Sobre a ascensão na carreira – ser o número um no Atlético -, o jovem atribuiu ao duro trabalho que realiza diariamente e à persistência em alcançar objetivos. Contente com a titularidade, Guilherme contou que não esperava que a chance de jogar no time principal viesse de modo tão rápido.
?No Brasileiro do ano passado, eu era o 5.º goleiro?, recorda.
As coisas começaram a mudar quando defendeu o Atlético na Copa 100 anos, no final de 2006. A partir dali, os goleiros que o antecediam foram negociados ou deixaram o clube e a chance finalmente apareceu no Estadual deste ano.
Missão é orientar a zaga
Apesar da pouca experiência, uma das missões de Guilherme na meta atleticana é organizar e orientar a defesa do time, setor que tem sido criticado e que levou três gols na partida de estréia, contra o Figueirense.
O goleiro, no entanto, amenizou as críticas à defesa e disse que o time é um só e todos são responsáveis por marcar. ?A marcação tem que começar lá na frente, para não sobrecarregar o meio e a zaga?, explicou. Ele elogiou a postura ofensiva do Atlético e disse que a vitória é o mais importante, apesar dos gols sofridos.
Em seguida, fez uma leve crítica: ?Mas goleiro não gosta de levar gol, né?.
Para ele, o grupo está focado no Brasileirão. ?Nos fechamos e pensamos só nesta competição. Agora, teremos o Internacional pela frente, que tem muita qualidade técnica?, avaliou.
Um dos aspectos apontados pelo goleiro para a sua evolução é o bom astral e a união do grupo rubro-negro.
O principal rival de Guilherme é o colombiano Viáfara, contratado para ser o titular da equipe. Entretanto, o que era para ser rivalidade se transformou em amizade. ?Aqui, um torce pelo outro. Não existe essa coisa de querer que o outro não vá bem?, explicou o jovem, que é natural de Minas Gerais. Guilherme enaltece as qualidades de seu companheiro e diz que tem aprendido muito com a experiência de Viáfara. ?Ele tem experiência em competições internacionais, Libertadores, e tem me dado muitas orientações?, afirmou.
O jovem goleiro atleticano é mais um atleta que foi revelado pelo PSTC (Londrina) e que desembarcou no Furacão devido a parceria existente entre as equipes. Ele chegou ao CT do Caju para disputar o 1.º ano de juniores.
Denis Marques treina e deve jogar
O treinador Vadão realizou mais um coletivo no CT do Caju, ontem, visando ao jogo contra o Internacional.
A novidade foi o retorno do atacante Denis Marques, na equipe titular, após ter permanecido três semanas em tratamento médico e retornado ao treino com bola na última 2.ª feira. Ele atuou ao lado de Pedro Oldoni, já que Alex Mineiro foi poupado. O artilheiro do Furacão, no entanto, vai jogar contra o colorado gaúcho.
Antes do coletivo, o elenco foi dividido em pequenos grupos e a comissão técnica realizou trabalhos táticos, reforçando a marcação. O setor defensivo do Atlético tem causado alguma preocupação ao treinador. Nos últimos três jogos, a equipe levou cinco gols. Vadão tem destacado constantemente a vocação do Atlético para o ataque e, devido a esta característica, o time fica um pouco mais exposto a contra-ataques.