Gobbi desabafa e prega diálogo com torcida corintiana

O presidente do Corinthians, Mário Gobbi, disse nesta segunda-feira, por meio de um pronunciamento em tom de desabafo, que o diálogo com a torcida é a melhor forma de acalmar a crise no clube. No último sábado, cerca de 100 torcedores invadiram o treino do time no CT Joaquim Grava e agrediram funcionários e o atacante Guerrero, porém o dirigente descartou adotar ações enérgicas para conter novos incidentes no clube.

O ato violento aconteceu depois da goleada por 5 a 1 sofrida para o Santos, quarta-feira passada, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista. Na partida seguinte, no último domingo, o clube do Parque São Jorge perdeu por 2 a 1 para a Ponte Preta, em Campinas, um dia antes de o dirigente admitir: “Vamos repensar a segurança do CT. Fomos pegos de surpresa com o ato”. “Não penso em outra forma de estabelecer uma relação com a torcida sem ser a do diálogo”, completou.

O presidente corintiano, que também fez carreira como delegado policial, afirmou que o clube não tem o poder legal de fiscalizar a torcida e não tem culpa pelo episódio ocorrido no último sábado. “Não adianta jogar em cima dos clubes essa responsabilidade. Se fosse assim, teria que abrir concurso público para ser policial do Corinthians”, ironizou o mandatário, que também enfatizou: “Isso não é função minha, não tenho que fiscalizar se torcida A ou B brigou, jogou pilha no campo. Há uma inversão de valores total, estão cometendo uma violência de punir clubes por ação de torcedores, como se o clube pudesse escolher quem pode torcer para ele, e controlar o que eles fazem. Isso é a falência múltipla da República Federativa do Brasil. Acordem, isso não é função do Corinthians”.

Apesar de Gobbi pregar o diálogo com os torcedores após os atos de violência ocorridos no último sábado, o Corinthians contratou sete seguranças particulares para cuidar dos arredores do seu CT nesta segunda-feira pela manhã, temendo novas ações violentas no local.

Gobbi ainda disse nesta segunda-feira que, mesmo com a violência, nenhum jogador quis deixar o time e que uma reunião entre elenco e diretoria firmou o acordo para que a equipe alvinegra entrasse em campo no domingo contra a Ponte Preta. Pouco mais de três horas antes do duelo, o clube divulgou nota em seu site oficial dizendo que a diretoria colocaria o time em campo “contrariada”, em razão do episódio de sábado.

“Os sete anos de glória que o Corinthians teve, quando levou os títulos mais importantes de sua história, não bastaram para que as pessoas enxergassem que o clube passa por uma reformulação, a montagem de um novo grupo e que o trabalho está começando”, criticou.

Voltar ao topo