Gionédis critica, mas não dispensa Tuta do Coritiba

“Não vencemos um jogo ganho porque não tivemos competência. E porque o Tuta não soube marcar um gol de pênalti. Então, se alguém tem que sair, não é o (Antônio) Lopes, e sim o Tuta”. Quando alguém com a força de um presidente de clube diz isso, prevê-se o início de uma crise daquelas. Mas o Coritiba surpreende. Não só não se detonou a crise, como Tuta, ameaçado publicamente de dispensa, viajou para Belém (onde enfrenta amanhã o Paysandu, às 16h, no Mangueirão) e deve continuar sendo o capitão coxa.

Até porque o Giovani Gionédis, que comanda o Coritiba pode ser melhor resumido na frase seguinte àquela, quando respondeu sobre possíveis medidas de impacto na reta final do brasileiro. “Não existe isso no clube. Aqui, nós trabalhamos com muita calma, e não vamos ficar tomando atitudes impensadas. Nós estamos avaliando o elenco, vendo que acontece e, na hora certa, fazer o que achamos melhor visando o futuro”, afirmou.

Do “primeiro?? presidente para o “segundo??, uma mudança completa de enfoque. Gionédis, em poucos instantes, passou de um dirigente irritado, a ponto de mandar embora um de seus principais jogadores, a homem ponderado. Só que a tônica do discurso precipita, de vez, o planejamento do Coritiba para 2005 – e muito provavelmente sem Tuta, alvo da ira do presidente. “Nós já estamos avaliando, trabalhando com a direção de futebol para não cometermos o erro deste ano, que foi montar o elenco em cima da hora”, confirmou.

Na próxima semana, será dado o pontapé “oficial?? para 2005, com a definição do orçamento que o departamento de futebol terá para trabalhar. “Sem isso, não temos condição sequer de pensar no que vamos fazer”, admitiu o gerente de futebol Oscar Yamato. O primeiro passo, entretanto, foi reafirmado ontem em letras garrafais. Em entrevistas antes e depois da derrota para o Vasco, e no jornal distribuído aos torcedores, Gionédis mostrou-se como o grande fiador de Antônio Lopes. “Ele é o técnico do Coritiba até o final de 2005, e nada vai mudar esta situação”, resumiu o presidente.

E foi essa tomada de posição que fez aumentar a pressão da torcida e, como um dominó, irritou Gionédis, que após a partida de quarta atirou para todos os lados. Um ataque que não poupou quase ninguém, e (em tese) o deixa à beira de uma cisão com a torcida, segundo ele “a terceira do estado neste momento”.

Em contrapartida, momentos antes o presidente coxa anunciara a promoção para os dois próximos jogos em casa – quem comprar com antecipação (nos dias 3, 4 e 5 de novembro) ingresso para a partida contra o Figueirense, que acontece dia 7, leva de graça outro para o jogo contra o Santos, dia 21. O que dá a entender que a reação iracunda de Gionédis tenha sido, no final das contas, um desafio aos coxas, que podem confirmar ou desmentir as palavras dele.

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