Gaúchos ampliam domínio sobre os paranaenses

Por mais que o futebol paranaense tenha evoluído na última década, os gaúchos seguem mantendo hegemonia nos confrontos entre os dois Estados. A eliminação do Coritiba frente ao Internacional, na semifinal da Copa do Brasil, apenas ampliou a vantagem histórica da terra dos pampas sobre a das araucárias.

Aliás, nas três vezes em que o Coxa chegou à semifinal do Copa do Brasil, parou num time do Rio Grande do Sul. Em 1991 e 2001, o algoz havia sido o Grêmio. Assim, o futebol paranaense segue sem conhecer uma final da Copa do Brasil.

Outras nove vezes os gaúchos tiraram um paranaense da competição. O Grêmio desclassificou o Paraná Clube em 1992 (oitavas-de-final), o União Bandeirante em 1993 (oitavas-de-final), o Atlético em 1996 (oitavas-de-final) e o Londrina em 2004 (2.ª fase).

Já o Inter eliminou o Paraná Clube em 1994 (oitavas-de-final), 1997 (2.ª fase) e 2008 (oitavas-de-final, com a célebre “mãozinha” do árbitro Wagner Tardelli), e o Prudentópolis em 2004 (2.ª fase). O Esportivo de Bento Gonçalves passou pelo Londrina em 2005, na 1.ª fase.

Por outro lado, o futebol paranaense só ganhou cinco vezes dos gaúchos no torneio criado há 20 anos. Duas delas com o Paraná Clube, ambas em 1995, frente ao Juventude (1.ª fase) e Inter (oitavas-de-final).

Em 1993, o Londrina eliminou o Inter nas oitavas-de-final. Em 2006, o Iraty passou pela Ulbra de Canoas na 1.ª fase, e no ano seguinte o Coritiba mandou embora o Caxias, também na fase inicial. Portanto, 12 x 5 para eles.

A supremacia gaúcha já foi bastante destacada, desde os tempos do antigo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, disputado com regularidade entre as décadas de 20 e 50. E prosseguiu com várias conquistas importantes dos gaudérios a partir de 1975, logo após a construção do Olímpico e do Beira-Rio.

Um certo equilíbrio surgiu no início do século 21, quando a ascensão paranaense (que disputou seis Libertadores desde 2000) coincidiu com a queda técnica dos rio-grandenses (o Inter quase foi rebaixado em 99 e o Grêmio foi lanterna do Brasileiro em 2004).

Mas nos últimos três anos os gaúchos renasceram e voltaram a ganhar títulos importantes (Libertadores e Mundial em 2006, vice da Libertadores em 2007 e Sul-Americana de 2008), enquanto os paranaenses não levaram nada além da Série B com o Coxa, em 2007.

Um dos fatores que podem explicar o ressurgimento do futebol gaúcho é o pioneirismo no sistema de sócio-torcedor, implantado com sucesso há cerca de cinco anos. O Inter já superou a marca de 92 mil associados, e o Grêmio tinha 54 mil no início do mês passado – ninguém conta com números maiores no Brasil.

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