Futuro da Vila Capanema pode avançar esta semana

Uma possível conversa nesta semana tende a começar a tornar mais concreto o projeto da Prefeitura de Curitiba, de criar o Centro Administrativo da cidade no terreno da Vila Capanema. Até o momento apenas o interesse foi demonstrado, mas nada foi oficializado.

Primeiramente é bom destacar que há uma ação judicial pela área que se arrasta há 42 anos. Tudo começou em 1971, quando surgiu o Colorado após a fusão do Ferroviário, com o Britânia e o Palestra Itália. Nessa época os engenheiros da Rede Ferroviária Federal ingressaram na Justiça, contestando a união dos clubes.

De lá para cá, diversas decisões judiciais. A atual, decretada em 2012, considera o estádio como patrimônio da União e exige a desocupação do imóvel. No entanto o Paraná recorreu ao Tribunal Regional Federal.

Para tentar pôr um fim no imbróglio, a equipe do prefeito Gustavo Fruet deseja construir no terreno o Centro Administrativo de Curitiba. Em contrapartida, concederia ao Paraná a construção de um novo estádio no terreno da Vila Olímpica do Boqueirão. No entanto, tudo ainda está no mundo das possibilidades. “De fato há o interesse, mas não há nada formalizado”, disse o presidente do Conselho Deliberativo do Tricolor, Benedito Barboza.

Segundo o dirigente, uma reunião em breve pode começar a tornar as coisas mais concretas. “Hoje é até difícil dizer, não tem nada detalhado. Vamos tentar conversar com a Prefeitura nos próximos dias para ver se evolui algo”, revelou.

Se o projeto for concretizado, a Câmara Municipal de Curitiba também vai passar a ser sediada no local. Segundo o presidente Paulo Salamuni, a criação do Centro Administrativo é algo necessário para a capital paranaense. “Não precisa ser necessariamente no terreno da Vila Capanema, é só uma possibilidade. Hoje é tudo muito superficial”, declarou. “Independente do local, é uma boa solução para a cidade. A Prefeitura gasta, aproximadamente, R$ 4 milhões em alugueis. Centralizando tudo ficaria mais barato e também mais cômodo para a população”, complementou.

Na visão de Salamuni esta pode ser uma boa solução para a briga judicial. “Isso se arrasta há décadas. Agora para avaliar a segunda instância vai mais quanto tempo? O Paraná não pode investir no terreno pois corre o risco de perder o investimento. O estádio do Boqueirão é 100% do clube, ele pode ganhar uma arena com mais comodidade que o Durival Brito e não corre o risco de perder. Além do que, facilitaria para o povo curitibano”, analisou o presidente da Câmara Municipal.

Para que tudo seja resolvido várias questões precisam ser acordadas. Isso vai desde a parte do investimento, do local (há uma resistência paranista em ir até o Boqueirão e outras regiões podem ser cogitadas) e também sobre a exploração da área, já que seria construída com recurso público e seria utilizada por uma instituição privada.

O que é certo é que o Paraná tem a ambição de ter uma nova casa. “O nosso planejamento estratégico traçou o projeto para que pudéssemos ter um estádio novo até 2017. Mas é algo macro, sem local e nada específico. Trabalhamos para conseguir, mas não sabemos se de fato vamos”, concluiu o presidente do Conselho Deliberativo do Paraná.