Futebol paranaense se arma para derrotar Eurico e Cia

A proximidade da reunião entre o Clube dos 13 e a Globo Esportes, patrocinadora do Campeonato Brasileiro, no dia 23, próxima quinta-feira, trouxe à tona novamente a polêmica sobre o rateio das cotas destinadas aos clubes. Na referida reunião, ficarão definidos os valores do último ano de contrato com a televisão – 2005 – e, logo em seguida, deve ser marcado o encontro que colocará novamente em pauta a proposta megalomaníaca do presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda. O dirigente carioca, apoiado pelos presidentes de Flamengo, Palmeiras, Corinthians e São Paulo (todos do grupo 1), pleiteia um aumento de 50% da cota, o que pelas previsões dos clubes chegaria a R$ 21 milhões – hoje os clubes do grupo 1 recebem R$ 13,5 milhões/ano. Pela proposta de Miranda, ao grupo 2 (Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Fluminense, Botafogo e Santos) caberia R$ 12,8 milhões (28% de aumento) e ao grupo 3 (Atlético-PR, Coritiba, Goiás, Vitória e Guarani), R$ 7,2 milhões – R$ 300 mil a mais que a atual cota.

A proposta já foi aprovada numa subcomissão, formada por nove clubes. Curiosamente, cinco deles fazem parte do grupo 1 – e será colocada novamente em debate na próxima reunião.

Precavido, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, promete agitar os bastidores, convocando dirigentes dos clubes do Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul para uma “ofensiva” contra a decisão. “Precisamos evitar essa discriminação. A partir do momento em que um clube recebe R$ 10 milhões a mais que outros, pode-se estar dando abertura à falência dos centros que deram os últimos campeões brasileiros”, diz, referindo-se ao Atlético-PR, ao Santos e ao próprio Cruzeiro.

Voz dos paranaenses

O presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR, Mário Celso Petraglia, afirmou que ainda não foi procurado, mas concorda com o colega mineiro. “Nós temos sempre que lutar pelos interesses dos nossos clubes. Não quer dizer bater de frente, mas promover uma união para fazer valer nossos direitos”, diz Petraglia, que esteve na votação preliminar da proposta. “Os cinco considerados grandes votaram antes e fomos voto vencido, mas a luta não acabou. Vamos esperar a definição dos valores para então partirmos para novo debate sobre a distribuição das cotas.”

O presidente do Coritiba, Giovani Gionédis, que não foi convocado para a reunião preliminar, acha difícil que os clubes considerados médios e pequenos consigam bater a proposta escandalosa dos ditos grandes. “Infelizmente, desde que começamos a receber patrocinío de televisão, a divisão é injusta, mas é complicado lutar contra padrões estabelecidos. Por terem torcidas maiores e conseqüentemente maior audiência, eles sempre vão querer mais.”

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