Fúria contra Leão e PM

Um prejuízo estimado em R$ 15 mil, alguns hematomas e ferimentos e uma declarada indignação com o comportamento da Polícia Militar do Litoral. Este foi o dia seguinte da torcida Fúria Independente, que disse ter sido vítima de uma emboscada na saída do Estádio Nelson Medrado Dias. Os ônibus foram apedrejados, houve confronto com torcedores do Rio Branco e policiais, mas ninguém foi detido ou hospitalizado. A facção, agora, pretende acionar judicialmente a PM e a diretoria do Rio Branco, que segundo o Estatuto do Torcedor é responsável pelos incidentes nas imediações do estádio.

?Foi um absurdo o que aconteceu lá?, disse o 1.º secretário da Fúria, João Luiz de Carvalho. ?Foi como se a polícia nos conduzisse para uma emboscada?. O torcedor conta que os cinco ônibus de paranistas deixaram a Estradinha escoltados por uma viatura da PM – que seguia à frente – e outras quatro viaturas da Rone (Ronda Ostensiva de Natureza Especial), logo atrás do comboio. ?Só que nos deparamos com uns 400 torcedores do Rio Branco, que nos receberam com paus e pedras. Encurralados, deixamos o ônibus em uns 15 para evitar o pior, o que fez com que os parnanguaras corressem. Aí, a Polícia veio pra cima da gente?, relata João Luiz.

O integrante da Fúria conta que apenas eles foram agredidos pelos policiais, que ignoraram aqueles que deram início ao tumulto. ?Além de nos dar pauladas, quebraram vários vidros dos ônibus. Nunca vi isso?. A facção pretende utilizar imagens de tevê e fotos que comprovam o fato (nas imagens divulgadas ontem na TV, um policial é visto quebrando o vidro). ?Disseram que foram arremessados rojões contra torcedores e policiais e isso é mentira. O rojão foi solto na saída do estádio, quando comemorávamos a vitória?, disse João. A Fúria busca, agora, apoio jurídico do Paraná Clube para que a PM e o Rio Branco sejam responsabilizados pelo prejuízo.

O vice jurídico do Tricolor, Luiz Carlos de Castro já deu algumas orientações à Fúria e hoje tem uma reunião com João Luiz. ?O melhor caminho é o Estatuto do Torcedor?, avisou Luiz Carlos. A torcida organizada está juntando provas para entrar com ação, que por força da legislação – no caso o próprio Estatuto – será contra o Rio Branco, que é responsável pela ação da PM no jogo, incluindo estádio e imediações.

Polícia: ação foi correta

Carlos Simon

A polícia de Paranaguá apresenta versão distinta da Torcida Fúria Independente para o conflito ocorrido após o jogo entre Rio Branco e Paraná. De acordo com o tenente Cristiano Stocco Rosa, do setor de comunicação do 9.º Batalhão da PM – que abrange todo o Litoral -, a briga começou no trajeto entre a Estradinha e a BR-277. Os cinco ônibus da torcida Fúria Independente, que ficaram no quartel da PM durante a partida, teriam sido atacados numa esquina por torcedores do Rio Branco, armados de paus e pedras.

Alguns membros da Fúria desceram do primeiro ônibus e lutaram contra os cerca de 50 fãs da equipe parnanguara que iniciaram o tumulto. ?Nesse intervalo os demais ônibus pararam e torcedores do Paraná começaram a atirar rojões em direção à torcida do Rio Branco. Quando as primeiras viaturas da PM chegaram, outros rojões foram lançados em direção aos policiais?, disse o oficial.

Segundo o tenente, como haviam muitas pessoas no tumulto, foi necessário o uso de balas de borracha para controlá-lo. Sobre as imagens captadas pela Rede Paranaense de Televisão, que mostravam policiais batendo com cassetetes em paranistas aparentemente dominados, o tenente considerou a atitude conveniente para a ocasião. ?Depois do lançamento das bombas alguns membros da torcida não obedeciam às ordens para voltar aos ônibus. Os policias foram obrigados a bater no braço deles para que não atirassem mais rojões?, justificou. O oficial afirmou que não houve registro de feridos nem prisões de torcedores.

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