Flamengo mantém indefinição sobre contrato com EUA

O risco de Flamengo e Comitê Olímpico Americano (Usoc) rescindirem contrato que garantiria aos visitantes explorar a sede da Gávea pouco antes dos Jogos de 2016 tem mais um agravante, além da distância de valores entre o que o clube exige agora e o que o comitê aceita pagar.

Numa das últimas rodadas de negociação para a revisão do contrato (assinado no final de 2011 pela então presidente do Fla, Patrícia Amorim), os atuais dirigentes rubro-negros ofereceram as instalações de remo do clube, localizadas às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, para facilitar o treinamento dos americanos.

Isso, porém, praticamente não teria efeito se o Usoc concordasse com a proposta. Pelo menos seis meses antes dos Jogos de 2016, os organizadores do evento fecham as áreas de disputa para uma série de medidas. Portanto, na fase final de preparação, os remadores americanos só poderiam treinar na lagoa, onde serão realizadas as provas de remo, nos dias de atividades oficiais, com divisão de tempo e espaço com outras centenas de competidores de vários países.

Essa ponderação chegou a ser feita a seus superiores pelo diretor de Eventos Internacionais do Comitê Americano, Doug Ingram. Ele está no momento em viagem – tenta escalar o Monte Everest, na China, e deve voltar ao trabalho somente em meados de junho.

O impasse está centrado na quantia oferecida pelo Usoc em dezembro de 2011 (cerca de R$ 805 mil) e que foi acatada por Patrícia. Naquele mês, houve a assinatura do contrato, ainda vigente, que prevê que os atletas americanos utilizem piscinas, ginásio e outras áreas da sede do Flamengo no período que antecede aos Jogos.

A nova diretoria do clube, que tomou posse em janeiro, considerou inexpressivo o valor que caberia ao Usoc e convocou o comitê americano para um novo acordo. O Flamengo quer receber pelo menos R$ 8 milhões da maior potência olímpica do mundo.

Houve uma contraproposta do Usoc que chegou a ser alvo de desdém entre os rubro-negros – não teria alcançado R$ 1,5 milhão. Numa demonstração de descrédito com relação ao clube, o Comitê Olímpico Americano visitou recentemente pelo menos mais dois outros locais no Rio a fim de abrigar boa parte de sua delegação.

Os americanos querem ficar no Rio, mas podem seguir o exemplo de outros comitês. O da Grã-Bretanha, por exemplo, escolheu outro Estado, Minas Gerais, para a adaptação de seus atletas. Os britânicos alugaram o Minas Tênis Clube.

Já a Austrália fechou acordo com a Prefeitura de Vitória e vai utilizar vários espaços da capital capixaba ante do início dos Jogos. Entre os que preferem a capital do Rio, a Holanda teve mais sorte: alugou um casarão no bairro da Urca, na zona sul. Fez isso por considerar muito abusivo o preço dos hotéis cariocas. No local, vão ficar concentrados atletas de vela e outros esportes.

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